‘Bike Bus’: professor cria projeto para levar crianças para escola de bicicleta e atrai dezenas de estudantes

632 mil crianças estão na fila por creche no Brasil, segundo levantamento do MEC
Iniciativa criada em abril de 2022 melhorou comportamento e aumentou na concentração dos alunos, além de desenvolver nas crianças um censo de comunidade e de pertencimento, afirma o idealizador. Professor cria projeto para estimular alunos a irem de bicicleta para a escola
Uma vez por semana, os alunos de uma escola de Portland, nos Estados Unidos, não entram no carro dos pais ou no ônibus escolar para irem até a escola. Em vez disso, pegam suas bicicletas e, em um grupo de quase 200 pessoas, pedalam até lá.
Essa iniciativa é chamada de Bike Bus, que em tradução literal para o português seria “ônibus de bicicletas”, e que acontece desde 2022 graças ao professor de educação física Sam Balto.
A ideia surgiu em 2021, quando o professor americano se deparou com um vídeo de um bike bus de Barcelona, na Espanha. No ano seguinte, ele levou a ideia para a escola em que leciona e realizou o primeiro Bike Bus no Dia da Terra, celebrado em 22 de abril.
Sam Balto com estudantes que integram o projeto Bike Bus.
Reprodução/Instagram @coachbalto e @bikeportland
Ao g1, Sam Balto contou que o projeto já foi um sucesso desde o primeiro dia. “Tivemos 75 crianças, e decidimos continuar fazendo todas as semanas.” Desde então, o projeto só cresceu.
Em sete semanas, passamos de 75 para 130 crianças, que representavam mais de 30% dos estudantes [da escola]. Então veio o verão, as crianças estavam aprendendo a andar de bicicleta, as pessoas ficaram excitadas e, no ano escolar seguinte, saltamos para 190 crianças, que eram quase 50% dos alunos da escola. E desde então, temos ficado com algo em torno de 125 crianças.
🚲 Como funciona o projeto
Para tornar possível acompanhar tantas crianças de uma vez pelas ruas de Portland até a escola, sem que haja risco à segurança, foi preciso estruturar o projeto. Para isso, Sam contou com a ajuda da diretoria da escola e de voluntários.
Além disso, eles definiram rotas fixas para fazer com as crianças. Isso garante que o grupo passe apenas por locais mais conhecidos e seguros, além de permitir aos pais mais conforto de saber o percurso que os filhos fazem.
Então, uma vez por semana, Sam monta em sua bicicleta e sai de casa antes do horário das aulas para encontrar grupos de alunos nos pontos de encontro pré-definidos. Na garupa, ele coloca uma caixa de som, que toca músicas para animar os jovens ciclistas e para ajudá-los a permanecer na rota, atraídos pelo barulho da música.
Com a ajuda dos voluntários, ele guia os alunos pelas ruas do bairro, sempre tomando cuidado redobrado nos cruzamentos por onde passam carros e motos, aguardando o momento de atravessar e atentos às dezenas de crianças.
🚴🏾‍♂️🚴🏾‍♀️🚴🏾 Benefícios do Bike Bus
O professor diz que os estudantes que participam do Bike Bus tiveram melhora no comportamento no ambiente escolar, aumento na concentração nas aulas, além de outros benefícios sociais.
As crianças chegam à escola mais calmas, entram no prédio mais preparados para começar o dia. Eu ouço muito dos pais sobre quanta confiança o Bike Bus dá a eles e aos seus filhos, fazendo com que se sintam parte de suas comunidades.
“Comunidade” é uma das palavras que Sam mais repete durante a conversa com o g1. Ele diz que as crianças passam a se apropriar de seus bairros e se tornam parte de algo maior que elas, que inspira e faz bem. Mas não para por aí.
"E é uma ótima maneira de as pessoas, estudantes e adultos, construírem relações sociais mais fortes, de fazer amizade com os vizinhos, conhecer quem mora na vizinhança, e serem mais conectados", avalia.
📱 Inspiração na internet
Em suas redes sociais, o professor tem publicado vídeos das pedaladas semanais, o que atraiu atenção de milhares de pessoas mundo afora. Só no TikTok, ele tem mais de 345 mil seguidores que acompanham o projeto.
Tem sido ótimo postar os vídeos, eles têm inspirado mais pessoas no país e pelo mundo a começar seus próprios bike buses. Eu amo ver que tantas pessoas se importam com a mobilidade das crianças e querem criar essas oportunidades para alegria, atividades físicas e comunidade.
Com a repercussão do projeto, Sam recebeu relatos de pessoas que criaram os próprios grupos de ciclismo para irem para a escola e para o trabalho — cada iniciativa adequada de acordo com a realidade de cada grupo.
A partir disso, o professor idealizou o Bike Bus World, um movimento que estimula o uso de bicicletas mundialmente, especialmente por parte dos estudantes. Com isso, Sam espera que as crianças tenham cada vez mais espaço em locais públicos.
“Nossas cidades e nossas ruas devem ser feitas para que as crianças possam se locomover por elas, seja de bicicleta ou caminhando, com segurança. E o mais incrível sobre o Bike Bus é que dá para criar grupos de segurança. Quanto mais pessoas andando de bicicleta juntos, mas seguro todos estão.”, finaliza.
VÍDEOS DE EDUCAÇÃO

Aluna do ensino médio ganha medalha em olimpíada internacional de astronomia após estudar com livros de faculdade; e você, sabe o básico sobre os planetas?

632 mil crianças estão na fila por creche no Brasil, segundo levantamento do MEC
Natália Vinhaes, de 18 anos, fez parte da delegação brasileira e levou o bronze. Competição aconteceu nesta semana e envolveu mais de 300 estudantes, de 53 países. Natália venceu competição internacional de astronomia e astrofísica
Arquivo pessoal
O que você me diz sobre isto aqui? (αE ; δE) = (18h00m00s; + 66∘33'39'').
Calma, não se assuste: esse é "apenas" um dos dados disponibilizados aos candidatos da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica para que eles consigam resolver as 8 questões teóricas da prova.
E não pense que serão adultos universitários a analisar a precisão de telescópios, identificar corpos celestes e dominar conceitos como "sistema de acreção", "ângulo azimutal" ou "órbitas tundras". Só participam da competição alunos… do ensino médio. E do mundo inteiro.
🎖️É por isso que a medalhista Natália Vinhaes, maranhense de 18 anos, diz que os conhecimentos ensinados na escola são muito superficiais para quem pretende participar da Olimpíada. Ela conquistou o bronze na edição de 2024 — que aconteceu nesta semana em Vassouras e Barra do Piraí (RJ) — porque "mergulhou" nos livros de faculdade recomendados por outros "atletas olímpicos".
"Sempre gostei da área de física, mas o que aprendemos no colégio é muito básico. Impossível fazer a prova só com esse conteúdo. Ele serve de base para poder expandir seus conhecimentos e se aprofundar mais", conta. "Tanto que, enquanto me preparava, acabei deixando um pouco de lado as matérias da escola."
QUIZ – 'QUE PLANETA É ESTE?': mais abaixo, responda perguntas de astronomia que caíram na prova da Olimpíada Brasileira de Astronomia para alunos de 14 anos
Na competição, que pela 2ª vez foi sediada no Brasil, não há limite para o número de alunos no pódio: ganham as medalhas todos os que atingirem determinada pontuação. Dos representantes do Brasil, Francisco de Andrade (SP) e Heitor Borim Szabo (SP) faturaram a prata, e Gustavo França (SP), Lucas Menezes (SE) e a própria Natália levaram o bronze.
Mas para que participar das competições?
Natália, que estuda em um colégio particular de São Luís, conta quais são as principais razões que devem levar os apaixonados por alguma área de conhecimento a se inscreverem em olimpíadas (sejam elas de física, química, matemática, economia ou leitura):
🚀Você conhecerá alunos do mundo inteiro que gostam do seu tema preferido (por mais específico que ele seja). Na edição de 2024, foram mais de 300 participantes, de 53 países.
"Às vezes, me sinto meio sozinha, porque gostaria de conversar com pessoas próximas, mas esses assuntos [de exatas] não são do interesse delas", diz a brasileira. "Participar dessas olimpíadas me aproximou de quem gosta das mesmas matérias que eu."
👨‍🚀Seu currículo terá um grande trunfo. Em processos seletivos para estágio, por exemplo, o recrutador pode gostar de saber que você era um aluno dedicado e interessado em atividades extraclasse.
🌏Algumas faculdades (no Brasil e no exterior) dão benefícios aos medalhistas olímpicos. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, reserva vagas exclusivas para quem se destacou em competições científicas.
No caso de Natália, por enquanto, o objetivo é ser aprovada no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), cujo vestibular é o mais disputado do país. Por mais que essa faculdade não tenha políticas específicas de incentivo a medalhistas, acaba cobrando conteúdos semelhantes aos da Olimpíada no processo seletivo.
"Como tive um contato muito forte com as matérias de exatas, sinto que isso alavancou meu nível de conhecimento", diz a aluna.
💪Você pode amadurecer e aprender a enfrentar desafios.
"O principal é conseguir ter confiança em si mesmo. A autoestima [baixa] é um obstáculo, porque você pensa que não é capaz e quer desistir no meio. Mas é preciso ter determinação, porque pode dar certo", diz Natália.
"Fui acolhida, respeitada e, independentemente do meu gênero [mulheres são minoria em exatas], ouviram minhas qualificações".
Quiz: quantas perguntas sobre planetas você consegue acertar?
Seria um tanto cruel montar um quiz com perguntas da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (olhe só um exemplo no fim da reportagem, para ter uma ideia da complexidade).
Por isso, para você relembrar o que aprendeu na escola, escolhemos questões formuladas pela Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), em edição para alunos do 9º ano. Assim, todo mundo tem chance de brilhar.
Que planeta é este? Resolva questões que caíram na Olimpíada Brasileira de Astronomia para alunos do 9º ano
Exemplo de questão da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica
Veja abaixo uma das perguntas da edição de 2024:
Pergunta da prova da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica
Reprodução
E o começo da prova dá dados "básicos" para que o candidato resolva os problemas. São mais de 5 tabelas como esta:
Dados astronômicos são disponibilizados para alunos logo no início do caderno de questões
Reprodução
Vídeos
Com motor movido a açúcar, foguete coloca alunos da USP no pódio de campeonato mundial

Aluna do ensino médio usa livros da faculdade para ganhar medalha em astronomia; e você, sabe o básico sobre os planetas?

632 mil crianças estão na fila por creche no Brasil, segundo levantamento do MEC
Natália Vinhaes, de 18 anos, conta que se preparou por meio de livros adotados no ensino superior. Competição aconteceu nesta semana e envolveu mais de 300 estudantes, de 53 países. Natália venceu competição internacional de astronomia e astrofísica
Arquivo pessoal
O que você me diz sobre isto aqui? (αE ; δE) = (18h00m00s; + 66∘33'39'').
Calma, não se assuste: esse é "apenas" um dos dados disponibilizados aos candidatos da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica para que eles consigam resolver as 8 questões teóricas da prova.
E não pense que serão adultos universitários a analisar a precisão de telescópios, identificar corpos celestes e dominar conceitos como "sistema de acreção", "ângulo azimutal" ou "órbitas tundras". Só participam da competição alunos… do ensino médio. E do mundo inteiro.
🎖️É por isso que a medalhista Natália Vinhaes, maranhense de 18 anos, diz que os conhecimentos ensinados na escola são muito superficiais para quem pretende participar da Olimpíada. Ela conquistou o bronze na edição de 2024 — que aconteceu nesta semana em Vassouras e Barra do Piraí (RJ) — porque "mergulhou" nos livros de faculdade recomendados por outros "atletas olímpicos".
"Sempre gostei da área de física, mas o que aprendemos no colégio é muito básico. Impossível fazer a prova só com esse conteúdo. Ele serve de base para poder expandir seus conhecimentos e se aprofundar mais", conta. "Tanto que, enquanto me preparava, acabei deixando um pouco de lado as matérias da escola."
QUIZ – 'QUE PLANETA É ESTE?': mais abaixo, responda perguntas de astronomia que caíram na prova da Olimpíada Brasileira de Astronomia para alunos de 14 anos
Na competição, que pela 2ª vez foi sediada no Brasil, não há limite para o número de alunos no pódio: ganham as medalhas todos os que atingirem determinada pontuação. Dos representantes do Brasil, Francisco de Andrade (SP) e Heitor Borim Szabo (SP) faturaram a prata, e Gustavo França (SP), Lucas Menezes (SE) e a própria Natália levaram o bronze.
Mas para que participar das competições?
Natália, que estuda em um colégio particular de São Luís, conta quais são as principais razões que devem levar os apaixonados por alguma área de conhecimento a se inscreverem em olimpíadas (sejam elas de física, química, matemática, economia ou leitura):
🚀Você conhecerá alunos do mundo inteiro que gostam do seu tema preferido (por mais específico que ele seja). Na edição de 2024, foram mais de 300 participantes, de 53 países.
"Às vezes, me sinto meio sozinha, porque gostaria de conversar com pessoas próximas, mas esses assuntos [de exatas] não são do interesse delas", diz a brasileira. "Participar dessas olimpíadas me aproximou de quem gosta das mesmas matérias que eu."
👨‍🚀Seu currículo terá um grande trunfo. Em processos seletivos para estágio, por exemplo, o recrutador pode gostar de saber que você era um aluno dedicado e interessado em atividades extraclasse.
🌏Algumas faculdades (no Brasil e no exterior) dão benefícios aos medalhistas olímpicos. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, reserva vagas exclusivas para quem se destacou em competições científicas.
No caso de Natália, por enquanto, o objetivo é ser aprovada no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), cujo vestibular é o mais disputado do país. Por mais que essa faculdade não tenha políticas específicas de incentivo a medalhistas, acaba cobrando conteúdos semelhantes aos da Olimpíada no processo seletivo.
"Como tive um contato muito forte com as matérias de exatas, sinto que isso alavancou meu nível de conhecimento", diz a aluna.
💪Você pode amadurecer e aprender a enfrentar desafios.
"O principal é conseguir ter confiança em si mesmo. A autoestima [baixa] é um obstáculo, porque você pensa que não é capaz e quer desistir no meio. Mas é preciso ter determinação, porque pode dar certo", diz Natália.
"Fui acolhida, respeitada e, independentemente do meu gênero [mulheres são minoria em exatas], ouviram minhas qualificações".
Quiz: quantas perguntas sobre planetas você consegue acertar?
Seria um tanto cruel montar um quiz com perguntas da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (olhe só um exemplo no fim da reportagem, para ter uma ideia da complexidade).
Por isso, para você relembrar o que aprendeu na escola, escolhemos questões formuladas pela Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), em edição para alunos do 9º ano. Assim, todo mundo tem chance de brilhar.
Que planeta é este? Resolva questões que caíram na Olimpíada Brasileira de Astronomia para alunos do 9º ano
Exemplo de questão da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica
Veja abaixo uma das perguntas da edição de 2024:
Pergunta da prova da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica
Reprodução
E o começo da prova dá dados "básicos" para que o candidato resolva os problemas. São mais de 5 tabelas como esta:
Dados astronômicos são disponibilizados para alunos logo no início do caderno de questões
Reprodução
Vídeos
Com motor movido a açúcar, foguete coloca alunos da USP no pódio de campeonato mundial

632 mil crianças estão na fila por creche no Brasil, diz pesquisa; direito à educação infantil é previsto na Constituição

Estado que tem mais crianças à espera de uma vaga é São Paulo, com 88.854 de 0 a 4 anos nessa situação. Em seguida, estão Minas Gerais, com 63.470, e Paraná, com 59.376. O Brasil tem 632.763 crianças na fila de espera por uma vaga em creche. De cada 10 municípios brasileiros, 9 sofrem com esse problema, mostra um levantamento divulgado nesta terça-feira (27) pelo Gabinete de Articulação para a Efetividade da Educação (Gaepe-Brasil) e pelo Ministério da Educação (MEC).
➡️Embora não seja de frequência obrigatória, a educação infantil é um direito de todas as crianças. É dever do Poder Público ofertar vagas suficientes para todos os interessados, segundo a Constituição Federal de 1988 e o Supremo Tribunal Federal (STF).
A pesquisa foi aplicada em todos os 5.569 municípios e no Distrito Federal, entre os meses de junho e agosto deste ano.
Registro de crianças na fila por vaga em creche por região
Sudeste – 212.571
Nordeste – 124.369
Sul – 123.319
Norte – 94.327
Centro-Oeste – 78.177
📢O estado que tem mais crianças na fila é São Paulo, com 88.854 de 0 a 4 anos nessa situação. Em seguida, estão Minas Gerais, com 63.470, e Paraná, com 59.376.
Número de crianças na fila por creche em cada Estado
Em nota, o Ministério da Educação disse que está trabalhando no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltado para as creches. Segundo a pasta, a ação vai ampliar o número de vagas.
"Uma das ações do MEC já em andamento para a ampliação das vagas é o novo PAC Creches. Até 2026, o Ministério vai assegurar a construção de 2.500 novas creches e pré-escolas. O primeiro edital investe na construção de 1.178 unidades, em áreas de vulnerabilidade social, beneficiando 110,6 mil crianças de 0 a 5 anos em 1.177 municípios e no Distrito Federal. O investimento previsto é de R$ 5,5 bilhões", afirmou o ministério.
Mais de 2 milhões de crianças no Brasil não frequentam creches
Pré-escola também é motivo de preocupação
O levantamento aponta ainda que 78.237 crianças entre 4 e 6 anos não frequentam a pré-escola no Brasil. Dessas, metade é por falta de vagas.
Segundo a instituição, a pesquisa foi realizada para ter um panorama da situação no país e para "contribuir para a elaboração de um plano de ação nacional efetivo para apoiar as redes no planejamento de expansão do atendimento às crianças na creche e na pré-escola".
De acordo com o levantamento, a taxa de escolarização de 0 a 3 anos no Brasil é 39%, porém essa realidade não é vista em todos os estados. Amapá, o estado com a menor taxa, possui apenas 8% da população nessa faixa etária na escola. São Paulo é o estado com a maior taxa, 51%.
Em 2023, o governo sancionou uma lei que determina que o poder público divulgue lista de espera por vagas em estabelecimentos públicos de educação básica. Porém, o levantamento mostra que 25% dos municípios não divulgam a fila de espera.
O estudo revela ainda como os municípios fazem a comunicação sobre a fila de espera em creches. No estado do Amazonas, por exemplo, 81% unidades escolares registram lista no papel. Enquanto no Rio Grande do Norte, 26% das escolas fazem lista de espera, mas não a comunica à secretaria de educação.

632 mil crianças estão na fila por creche no Brasil, segundo levantamento do MEC

Estado que tem mais crianças na fila é São Paulo, com 88.854 de 0 a 4 anos nessa situação. Em seguida, Minas Gerais, com 63.470, e Paraná, com 59.3763 crianças na fila. O Brasil tem 632.763 crianças na fila de espera por uma vaga em creche. 9 em cada 10 municípios brasileiros possuem crianças nessa situação.
O levantamento, divulgado nesta terça-feira (27), foi elaborado pelo Gabinete de Articulação para a Efetivamente da Educação (Gaepe-Brasil) e pelo Ministério da Educação. Todos os 5.569 municípios e o Distrito Federal responderam à pesquisa, que foi realizada entre os meses de junho e agosto deste ano.
Registro de crianças na fila por vaga em creche por região
Centro-Oeste – 78.177
Nordeste – 124.369
Norte – 94.327
Sudeste – 212.571
Sul – 123.319
O estado que tem mais crianças na fila é São Paulo, com 88.854 de 0 a 4 anos nessa situação. Em seguida, Minas Gerais, com 63.470, e Paraná, com 59.376 crianças na fila.
Veja o tamanho da fila nos estados:
DF: 7797
GO: 39155
MS: 17182
MT: 14043
AL: 7977
BA: 19159
CE: 14413
MA: 8545
PB: 6158
PE: 4522
PI: 15041
RN: 5511
SE: 10695
AC: 6543
AM: 5068
AP: 4852
PA: 1506
RO: 6095
RR: 14808
TO: 1451
ES: 2092
MG: 39327
RJ: 63470
SP: 88854
PR: 29885
RS: 59373
SC: 25111
Mais de 2 milhões de crianças no Brasil não frequentam creches
Pré-escola
O levantamento aponta ainda que 78.237 crianças entre 4 e 6 anos não frequentam a pré-escola no Brasil. Dessas, metade é por falta de vagas.
Segundo a instituição, a pesquisa foi realizada para ter um panorama da situação no país e para "contribuir para a elaboração de um plano de ação nacional efetivo para apoiar as redes no planejamento de expansão do atendimento às crianças na creche e na pré-escola".
De acordo com o levantamento, a taxa de escolarização de 0 a 3 anos no Brasil é 39%, porém essa realidade não é vista em todos os estados. Amapá, o estado com a menor taxa, possui apenas 8% da população nessa faixa etária na escola. São Paulo é o estado com a maior taxa, 51%.
Em 2023, o governo sancionou uma lei que determina que o poder público divulgue lista de espera por vagas em estabelecimentos públicos de educação básica. Porém, o levantamento mostra que 25% dos municípios não divulgam a fila de espera.
O estudo revela ainda como os municípios fazem a comunicação sobre a fila de espera em creches. No estado do Amazonas, por exemplo, 81% unidades escolares registram lista no papel. Enquanto no Rio Grande do Norte, 26% das escolas fazem lista de espera, mas não a comunica à secretaria de educação.