Como duas irmãs da Grande SP entraram para a lista mundial de 100 crianças prodígio: ‘Sem foco e disciplina não chega no básico’

Quais são as palavras mais bonitas da língua portuguesa, segundo o criador do ‘Dicionário Aurélio’
Beatriz Toassa, de 15 anos, e Isabella Toassa, 14 anos, foram reconhecidas no prêmio Global de Crianças Prodígio na categoria Educação; premiação será em Londres. As irmãs são membros juniores da Academia Brasileira de Jovens Cientistas desde 2022 e conhecidas pelo perfil 'Dupla Big Bang' nas redes sociais. Beatriz Toassa, de 15 anos, e Isabella Toassa, 14 anos, foram reconhecidas no prêmio Global de Crianças Prodígio na categoria Educação
Arquivo Pessoal
O interesse pela ciência e astronomia começou como curiosidade e se transformou em uma busca constante por aprendizado para as irmãs Beatriz e Isabella Toassa, de 15 e 14 anos, moradoras de Barueri, na Grande São Paulo.
As duas encontraram na ciência uma paixão e, como resultado, conquistaram uma série de prêmios, entre eles internacionais (veja mais abaixo). Desde 2022, são membros juniores da Academia Brasileira de Jovens Cientistas e acumulam milhares de visualizações no perfil “Dupla Big Bang”, onde divulgam experimentos e explicações científicas nas redes sociais.
E foi justamente por levarem a ciência por meio dos conteúdos publicados que as duas foram incluídas, em maio deste ano, no ranking das 100 crianças mais prodigiosas do mundo no prêmio “Global Child Prodigy Awards” (Prêmio Global de Crianças Prodígio), na categoria Educação.
Outros cinco jovens brasileiros também foram reconhecidos nas categorias Inteligência e Memória, Ciências Espaciais e Astronomia, Arte e Atuação e Teatro. São eles:
Caio Temponi (categoria: Inteligência e memória QI)
Nicole Semiā (categoria: Ciências Espaciais e Astronomia)
João Pedro Araújo (categoria: Inteligência e memória QI)
Pedro Gui Fortes (categoria: Arte)
Marianna Santos (categoria: Atuação e Teatro)
"A gente está muito feliz, e eu acho que um conselho muito importante para quem, um dia, sonha em chegar a essa lista é ter foco e disciplina. Se você não tiver foco e disciplina não chega nem no básico. Também considero muito importante o apoio das pessoas próximas, como professores, pais e amigos, porque, sem apoio, fica muito difícil manter o ritmo", afirmam as irmãs.
Conforme a organização do prêmio, os 100 nomes são escolhidos após o comitê de seleção avaliar as inscrições dos participantes em ao menos 23 categorias.
Entre os requisitos para a eligibilidade do participante estão: ter menos de 15 anos no momento, possuir no mínimo 3 meses de experiência ou participação na área de talento escolhida e ser cidadão de um país reconhecido pelas Nações Unidas.
Neste ano, a entrega será no dia 26 de junho no Parlamento Britânico, em Londres. As histórias dos jovens escolhidos serão apresentadas no Livro Anual Global Criança Prodígio, que circula mundialmente todos os anos.
"Já chorei tanto. Sério. Elas ficam brincando comigo: 'Mãe, sério? De novo você vai chorar?' E eu choro todas as vezes. É um orgulho mesmo", afirmou a mãe, Stefanie Camasmie Toassa, ao g1.
A busca pelo aprendizado
Stefanie conta que tudo começou quando as filhas passaram a ter curiosidade ainda pequenas sobre entender tudo, até mesmo a montagem de um brinquedo.
"Elas sempre foram muito curiosas. Eram aquelas crianças que abriam os presentes que ganhavam e desmontavam eles para ver o que tinha dentro. E a gente incentivava, claro que com supervisão, essa curiosidade".
"A grande virada da educação delas foi justamente não só concordar, mas incentivar essa curiosidade, esse interesse de sempre querer saber mais. E aí, desde pequenininhas, elas eram assim, curiosas e animadas", relembrou.
Beatriz Toassa, de 15 anos, e Isabella Toassa, 14 anos
Arquivo Pessoal
Stefanie ressalta que a busca pelo aprendizado passou a fazer parte da rotina das meninas quando participaram da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) na escola.
"Quando elas estavam com 6 e 7 anos, começaram a participar de aulas específicas para a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica e fizeram a prova. Elas não ganharam medalha e ficaram super chateadas. Mas começaram a me perguntar como que elas poderiam fazer para conseguir".
"A gente começou a montar estratégias e passamos a estudar astronomia brincando. Foi aí que surgiu, eu acho, o interesse delas por ciência efetivamente. Veio a primeira medalha e elas começaram a se interessar muito mais porque se sentiram recompensadas", explicou a mãe.
Premiações
As duas primeiras medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica foram só o começo. Elas também conquistaram medalhas na Olimpíada Brasileira de Robótica, Olimpíada Nacional de Ciências e Olimpíada Brasileira de Satélites entre 2020 e 2023.
Além disso, entre os reconhecimentos e conquistas das duas irmãs, até então, estão:
Nomeação como membros juniores da Academia Brasileira de Jovens Cientistas em 2022, tornando-as as cientistas mais jovens do Brasil;
Criadoras do projeto voluntário “Tem Ciência Aqui!”, que leva oficinas de ciência a comunidades periféricas (2022);
Vencedoras do Prêmio Internacional ISKA – International Star Kids Awards, que reconhece talentos infantis ao redor do mundo (2023);
Vencedoras do Prêmio “Mude o Mundo como uma Menina”, por sua atuação transformadora na educação (2023);
Nomeadas "Embaixadoras Mirins" do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), título concedido pelo Presidente da República e pela Ministra de Estado em 2024;
Reconhecidas como duas das jovens cientistas mais promissoras do país em 2024 pela revista Forbes Brasil;
Embaixadoras da Tron Robótica Educativa, empresa com viés social voltada à popularização da ciência e da robótica. Foram nomeadas pelos sócios Whindersson Nunes e Gildário Lima em 2024.
Beatriz Toassa, de 15 anos, e Isabella Toassa, 14 anos
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Perfil com milhões de visualizações
O perfil "Dupla Big Bang", administrado por Beatriz e Isabella e supervisionado pela mãe, já acumula mais de 200 mil seguidores e milhares de visualizações no Instagram, TikTok e YouTube. Um dos vídeos mais vistos, por exemplo, tem 6 milhões de visualizações.
As pequenas cientistas costumam publicar curiosidades e experimentos científicos. A ideia surgiu depois que as duas se interessaram por vídeos que apresentavam ciência de forma prática durante a pandemia de Covid-19.
"Durante a pandemia começaram a ver mais canais com conteúdos mais inteligentes, como o Manual do Mundo. Canais de ciência prática. E aí elas me falaram que queriam fazer um canal e que tinham muito sonho de ir para a NASA. Falei que, se elas queriam fazer um canal, teria que ser com conteúdo interessante, que não fosse bobeira. Aí falei assim: 'Vocês gostam tanto de astronomia, a gente sempre estuda astronomia, o que vocês acham de astronomia?'. E aí surgiu daí a Dupla Big Bang. Big Bang por conta da teoria do universo e Dupla porque elas são irmãs", afirmou Stefanie.
Beatriz Toassa, de 15 anos, e Isabella Toassa, 14 anos
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Beatriz e Isabella ressaltam que o principal objetivo do perfil é mostrar que a ciência é leve e pode ser divertida. "A gente mostra isso no nosso canal, através dos experimentos, para as pessoas não acharem que a ciência é aquela coisa chata ou entediante de só ficar lendo livro".
"Quando a gente ensina os outros, a gente percebe que nós mesmos estamos aprendendo. Quando a gente começou, a gente nunca imaginou que chegaria onde a gente está hoje. A gente nunca imaginou que ia conseguir alcançar tantas crianças e conseguir tantas oportunidades", complementaram.
Para ambas, um dos experimentos preferidos feitos para o perfil foi a pasta de elefante de 10 litros.
"A gente ficou a tarde toda em uma chácara fazendo e foi muito legal. A gente montou todo um projeto com madeira, que a gente puxava uma cordinha e a madeira virava e derrubava o balde que estava com o pó para fazer a explosão", contaram.
🧪 Pasta de elefante é um experimento de química que resulta em uma grande quantidade de espuma, parecida com pasta de dente, quando a água oxigenada reage com um catalisador. O processo envolve a decomposição rápida da água oxigenada, que libera gás oxigênio. Este, ao se misturar com detergente, forma a espuma.
Beatriz Toassa, de 15 anos, e Isabella Toassa, 14 anos
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Rotina de estudos
A mãe ressalta que as filhas conseguem separar muito bem o tempo para os estudos, projetos e gravações.
"Elas têm aulas regulares de manhã. Às segundas e quartas fazem aulas de inglês no período da tarde e acompanhamento psicológico. Já às terças e quintas a Bia, que está no ensino médio, faz horário estendido e sai da escola 17h. A Bella estuda as matérias do dia, roteiriza e edita videos para o canal. Já às sextas-feiras, elas fazem aula de esporte no contraturno e a Bia grava e roteiriza videos para o canal".
"Aos finais de semana usamos um dos dias para as gravações, eventos e atividades que elas precisam participar e o outro para descanso. Em época de provas e olimpíadas elas estudam, mas regularmente descansam e gravam", explica Stefanie.
Futuro
As irmãs começam no segundo semestre um clube de ciência em parceria com a Embaixada dos Estados Unidos (Girls and Science). Elas ministrarão aulas e palestras para cerca de 100 crianças de forma online, e toda semana, para levar experimentos e projetos de aplicabilidade da ciência na prática.
E as duas não querem parar por aí. Beatriz quer continuar estudando para se tornar médica, e Isabella, engenheira ou arquiteta. "Vamos seguindo e aprendendo ainda mais".
Beatriz Toassa, de 15 anos, e Isabella Toassa, 14 anos
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Beatriz Toassa, de 15 anos, e Isabella Toassa, 14 anos, com o presidente Lula
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Nas escolas sem notas e sem provas, quais alunos se dão bem? Entenda impacto de teste na Dinamarca

Quais são as palavras mais bonitas da língua portuguesa, segundo o criador do ‘Dicionário Aurélio’
O g1 conversou com Noemi Katznelson, referência mundial em educação e uma das pesquisadoras à frente do estudo da Universidade de Aalborg. ‘Entre os jovens de baixo desempenho acadêmico, o estresse não desaparece, só muda de foco’, diz. Imagine estar no ensino médio e não encarar mais nenhuma semana de provas. O fim oficial da temporada de simulados. A abolição completa do frio na barriga antes da entrega dos boletins. A extinção dos terríveis pesadelos antes dos testes de física e de química. O adeus ao medo de mostrar uma nota vermelha para os pais.
Com o objetivo de aliviar o estresse e a ansiedade dos jovens, colégios da Dinamarca cancelaram totalmente ou reduziram de forma significativa as provas aplicadas para alunos de 15 a 17 anos.
✖️Você acha que quem tinha dificuldade e ia mal na escola entrou em festa? Sim? Resposta errada. Os estudantes com baixo desempenho acadêmico foram justamente os mais prejudicados nessa “inovação”, mostra um estudo do Centro Dinamarquês de Pesquisa sobre a Juventude (CeFU), da Universidade de Aalborg.
O g1 conversou com uma das pesquisadoras dinamarquesas responsáveis pela pesquisa: Noemi Katznelson, referência mundial em educação. Ela explicou que não é possível classificar o fim das provas como algo totalmente positivo ou totalmente negativo — o resultado depende muitíssimo do que a escola coloca no lugar das avaliações tradicionais.
“Quando [o sistema] funciona bem, ele reduz o estresse e aumenta o envolvimento dos alunos com o próprio aprendizado. Eles passam a entender melhor seus interesses, colaboram mais entre si — porque há menos competição — e se tornam mais conscientes do que os estimula”, diz.
“Mas a retirada da nota pode ser muito desmotivadora para jovens que já têm dificuldades. O estresse deles não desaparece, só muda de foco. Em vez de se preocuparem com a nota, eles se preocupam por não saberem onde estão. Perdem a referência e ficam desnorteados.”
Mais abaixo, nesta reportagem, leia sobre as consequências positivas e negativas observadas pelos pesquisadores.
O desafio central, explica Noemi, é implementar um esquema sólido de “feedbacks” ao longo de todo o ano letivo, para que os alunos saibam em que conteúdos avançaram e em quais precisam melhorar.
“Você não obtém automaticamente melhores resultados de aprendizagem e bem-estar apenas eliminando provas e notas. É preciso pensar em como promover a motivação, o aprendizado e a redução da pressão”, afirma.
👩‍🏫Que tipos de escolas implementaram as mudanças na Dinamarca?
Escolas independentes (friskoler): particulares e parcialmente financiadas pelo governo, elas têm mais liberdade para escolher o currículo e os métodos de ensino. Podem seguir linhas pedagógicas como a cristã, a Waldorf e a montessoriana.
Internatos (efterskoler): também subsidiados pelo estado, esses locais servem de moradia para os alunos durante o ano letivo. Os jovens aprendem os conteúdos com foco em autonomia, convivência e desenvolvimento pessoal.
Quais as consequências negativas observadas nos colégios sem notas?
Frederiksberg Palace, em Copenhague, na Dinamarca. País tem escolas livres que testam modelo sem provas ou notas
Diego Petroncari/Pexels
O estudo levanta pontos de atenção observados nas escolas dinamarquesas:
Sensação de “estar perdido”:
Uma desvantagem frequente, já citada no início da reportagem, é a incerteza sentida por uma parcela significativa de jovens (especialmente aqueles que têm baixo desempenho acadêmico). Sem notas, eles ficam desorientados e não sabem se estão atingindo o padrão mínimo esperado pelo colégio.
“Os alunos mais seguros lidam melhor com isso, mas os que têm menos confiança podem se desmotivar. A nota funciona como uma bússola. Se você tira a bússola e não coloca nada no lugar, muitos ficam perdidos. Os que já são engajados continuam se esforçando, mas os outros podem simplesmente parar”, diz ao g1 a pesquisadora Katznelson.
Perda da motivação:
Embora, para alguns estudantes, a ausência de provas alivie o estresse e aumente a vontade de aprender, ao menos 25% dos dinamarqueses observados no estudo deixaram de enxergar um propósito em estudar. Eles pensam: “não vale nota mesmo, para que vou gastar meu tempo?”. Para essa parcela, fica mais difícil ter autodisciplina e se sentir motivado.
Sobrecarga de trabalho para os professores:
As escolas que substituem as provas por esquemas de feedback contínuos acabam exigindo mais dos professores. Eles têm de receber a formação adequada para avaliar da forma “não tradicional”.
O g1 contou à pesquisadora dinamarquesa sobre um obstáculo na realidade brasileira: por causa da baixa remuneração e da desvalorização da carreira, muitos docentes trabalham em mais de uma escola. Com centenas de alunos, como seria possível que eles dessem “feedbacks” personalizados para cada jovem?
Katznelson reconhece que, de fato, nosso contexto é mais desafiador. Uma alternativa, segundo ela, é pensar em dinâmicas complementares, nas quais os próprios alunos avaliam seus colegas em momentos específicos.
“Claro que é mais difícil, mas não impossível. O conteúdo do ‘feedback’ precisa ser pensado — não pode ser superficial. E se o professor não conhece o aluno, é possível criar espaços para os próprios alunos darem feedback entre si”, diz.
“Pode ser algo desconfortável no começo, mas, se a escola cria um ambiente onde isso é normalizado, funciona. Pode-se, por exemplo, organizar rodas de feedback após apresentações, em que cada aluno dá um elogio e uma sugestão ao outro.”
Dificuldade de lidar com feedbacks:
Nem todos os jovens conseguem entender e decodificar o retorno que recebem dos professores. E é comum que os docentes mudem o foco da “avaliação” para algo mais subjetivo e “psicologizado”, sem focar no aprendizado dos conteúdos escolares.
Qual é o caminho mais indicado, então?
Cabe aqui uma observação: a entrada dos estudantes dinamarqueses na universidade não é associada a algo equivalente ao nosso vestibular. As instituições de ensino, em geral, selecionam os aprovados com base no histórico escolar completo deles. Isso alivia a pressão que as escolas sentem em preparar o jovem para uma prova específica e determinante.
A pesquisadora Katznelson critica o modelo escolar 100% sustentado na pressão por notas altas.
Com mais “tranquilidade escolar”, é possível abrir espaço para outras formas de ensino, além de estimular a curiosidade dos jovens e o desejo de aprender conteúdos novos.
"A educação sempre será desafiadora e, em algum grau, estressante. Mas, quando a pressão é excessiva, ela começa a prejudicar o aprendizado, a gerar desmotivação e a levar a um aprendizado mecânico. Além disso, afasta os alunos da escola, especialmente os mais pobres, que abandonam os estudos porque sentem que não têm sucesso”, diz.
O caminho, no entanto, não é simples: tirar totalmente as provas ou diminuir de forma significativa a frequência delas exige cuidado, como demonstrou o estudo dinamarquês.
Para evitar as consequências negativas observadas pelos pesquisadores, eles recomendam as seguintes práticas:
Sem exigir notas, é preciso criar outras formas de instigar os alunos. O estudo menciona 5 tipos de motivação:
Pelo conhecimento: O conteúdo é visto como algo novo, relevante e útil. Todos se sentem animados quando percebem que aqueles ensinamentos podem ser conectados com “a vida real”.
Pelo domínio: Os estudantes constroem, aos poucos, a capacidade de confiar em si mesmos. Isso é obtido após sentirem que podem explorar, tentar, errar e recalcular o percurso.
Pela autodeterminação: Os jovens devem sentir que têm liberdade para tomar suas próprias decisões e para eleger os conteúdos que mais lhe interessam. A flexibilidade da escola vai dando, aos poucos, mais confiança para os alunos tomarem decisões.
Pelas relações: Os trabalhos devem ser colaborativos, para que a interação social seja estabelecida com confiança entre todos.
Pelo desempenho: O desejo de “ir bem” não pode desaparecer. Sem provas, ele surge em apresentações de trabalhos e em jogos, por exemplo. “Nestas escolas, o desempenho está muitas vezes mais integrado em contextos sociais e relacionais, com menos pressão individual do que com notas”, afirma o estudo.
Os feedbacks têm de ser pensados com cautela.
➡️Não adiantará nada apenas dar um retorno para os alunos depois do fim de um ciclo. O processo deve ser contínuo.
➡️Os comentários não podem ser superficiais, como “muito bem!” ou “precisa melhorar”. O aluno necessita de detalhes para entender se está cumprindo os objetivos esperados pela escola. Precisa se empenhar mais em matemática ou em geografia? Respostas mais concretas diminuem o risco de os jovens ficarem desorientados.
➡️É preciso ter cuidado com o tom usado nos feedbacks. Quando um aluno ou um professor avalia outra pessoa, é comum que sinta medo de magoar quem está sendo criticado. Isso pode levar a avaliações excessivamente positivas ou falsas.
E mais: para manter um bom ambiente, há o risco de os docentes abrirem mão da “integridade acadêmica” para que ninguém se frustre. Novamente, isso tende a prejudicar os de baixo desempenho, que ficam desnorteados sem uma referência do que devem fazer.
“Se a escola tem um propósito claro e se os professores estão alinhados, é possível fazer um ótimo trabalho mesmo. Mas não é algo automático. Isso exige direção, intencionalidade e clareza sobre os objetivos da educação”, afirma a pesquisadora.
“A nota mostra só um propósito: o de obter um bom resultado. Mas o colégio também serve para preparar os alunos para a vida, a partir da leitura, da matemática e do conhecimento de mundo.”

Enem 2025: inscrições são prorrogadas até 13 de junho

Quais são as palavras mais bonitas da língua portuguesa, segundo o criador do ‘Dicionário Aurélio’
Segundo o MEC, a decisão foi para dar mais tempo para os interessados garantirem a participação no exame. Saiba como fazer a inscrição. Cadernos de provas do primeiro dia da segunda aplicação do Enem 2016
Divulgação/Ari de Sá
O prazo de inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 foi prorrogado até 13 de junho, segundo o Ministério da Educação (MEC). O prazo terminaria às 23h59 desta sexta-feira (6).
Segundo o MEC, a decisão foi para dar mais tempo para os interessados garantirem a oportunidade. A pasta também disse que fará uma grande mobilização nos estados para incentivar a inscrição no exame.
Até o momento, o número de inscritos passa de 5 milhões. Em 2024, foram 4.325.960.
As provas serão aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro, com exceção dos municípios Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, onde as provas serão aplicadas em 30 de novembro e 7 de dezembro.
Quem não obteve isenção da taxa de inscrição deve fazer o pagamento de R$ 85 até 11 de junho, via boleto bancário, PIX ou cartão de crédito.
Passo a passo da inscrição no Enem 2025
Acesse a Página do Participante e clique em 'Inscrição' (ATENÇÃO: a inscrição deve ser feita unicamente pelo site enem.inep.gov.br/participante).
Selecione a imagem indicada nas orientações do desafio.
Informe o CPF, data de nascimento e clique em 'Iniciar a inscrição'.
Confira seus dados, leia as orientações e clique em 'Próximo'.
Informe o nome do pai ou selecione 'Não quero declarar'.
Preencha os dados de sexo, raça/cor, estado civil e nacionalidade.
Informe seu estado e município de nascimento.
Insira o CEP e clique em 'Próximo'.
Confirme o endereço e complemento.
Informe se precisa de recurso de acessibilidade e diga qual.
Participantes travestis, transexuais ou transgêneros que têm nome social cadastrado na Base da Receita Federal pode escolher nesta etapa o uso do nome social.
Escolha o idioma da língua estrangeira (Inglês ou Espanhol).
Informe a situação de ensino médio.
Responda o questionário socioeconômico.
Informe telefone e e-mail para contato.
Escolha o município de aplicação da prova.
Envie uma foto do participante.
Confirme as informações pessoais e as escolhas de língua estrangeira, município para realização do exame.
Clique em 'Enviar Inscrição'.
Confira o comprovante e o número de inscrição.
Faça login na Página do Participante com CPF e senha do gov.br.
Clique em 'Pagamento/Isenção' e baixe o boleto de pagamento.
Escolha a forma de pagamento e pague a taxa de inscrição — é possível também pagar com PIX ou cartão de crédito, no aplicativo do banco, em uma agência bancária ou na casa lotérica.

Greve dos professores: Flávio Dino suspende multa diária de R$ 1 milhão

Quais são as palavras mais bonitas da língua portuguesa, segundo o criador do ‘Dicionário Aurélio’
Supremo Tribunal Federal também pediu informações ao GDF sobre repasse previdenciário de professores temporários. Decisão é desta sexta-feira (6). Ministro Flávio Dino em sessão da Primeira Turma do STF.
Antonio Augusto/STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino suspendeu a multa diária de R$ 1 milhão imposta pela Justiça do Distrito Federal contra a greve dos professores da rede pública do DF. A decisão é desta sexta-feira (6).
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Além disso, a decisão, que atendeu ao pedido do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), determinou:
Envio de informações da Justiça do DF: prazo de 10 dias para a desembargadora Lucimeire Maria da Silva enviar informações sobre a decisão anterior (entenda abaixo) e para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) reavaliar a questão.
Envio de informações do Governo do DF: prazo de cinco dias para o GDF enviar de informações sobre os repasses ao INSS e contribuições previdenciárias do professores temporários.
🔎 Com a decisão do ministro Flávio Dino, a determinação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) está parcialmente anulada: apenas a multa foi invalidada, por ser considerada desproporcional. Os outros aspectos da decisão da Justiça do DF, como a determinação de fim imediato da greve e o corte de ponto dos servidores, ainda estão em vigor (entenda abaixo).
📌 A greve da categoria começou na segunda-feira (2). De acordo com a Secretaria de Educação, das 713 escolas públicas, 242 aderiram ao movimento de forma integral.
Decisão anterior
Professores do DF aprovam greve
Luso Comunicação/Divulgação
A Justiça do Distrito Federal considerou a greve dos professores ilegal. Antes do movimento começar, em 29 de maio, a desembargadora Lucimeire Maria da Silva impôs uma multa de R$ 1 milhão por dia ao sindicato se os professores aderissem a greve.
Além disso, o TJDFT autorizou o corte de ponto dos professores que paralisassem. A decisão da Justiça do DF disse que reconheceu uma "abusividade da deflagração de greve" e determinou o fim das providências pela paralisação.
O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (4) contra a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) que declarou a greve como "abusiva".
🎥 Veja vídeo sobre aprovação da greve:
Professores do DF aprovam greve durante assembleia.
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Quais são as palavras mais bonitas da língua portuguesa, segundo o criador do ‘Dicionário Aurélio’

Quais são as palavras mais bonitas da língua portuguesa, segundo o criador do ‘Dicionário Aurélio’
Resposta integra uma entrevista dada por Aurélio Buarque de Holanda ao jornalista Araken Távora, em 1976. Criador do Dicionário Aurélio lista as palavras mais bonitas da língua portuguesa
Em uma entrevista de 1976, Aurélio Buarque de Holanda, que dá nome ao Dicionário Aurélio, elegeu as três palavras mais bonitas da língua portuguesa, em sua opinião.
A resposta veio após Araken Távora — jornalista à frente do programa "Os Mágicos", exibido pela antiga TVE, e responsável por entrevistar escritores como Clarice Lispector, Ruth de Souza, Ariano Suassuna e muito mais — perguntar qual é a palavra mais bonita do idioma. Ele, então, listou três:
Libélula
Alvorada
Murucututu
Eu tenho profundo amor pelas palavras, isso é verdade. Ainda há algumas que são tidas como feias — como o próprio sinônimo da palavra “libélula”, que eu próprio não digo que seja [uma palavra] bonita, mas a beleza das palavras é uma coisa relativa —, umas que são consideradas sujas, mas algumas bonitas; umas tidas como imorais que são bonitas também. Porque tudo é criação, tudo é uma prova da atividade humana. É uma prova desse trabalho da cabeça.
Aurélio Buarque de Holanda, criador do 'Dicionário Aurélio', em 1976.
Reprodução/Arquivo Nacional
Abaixo, confira o que o professor e lexicógrafo disse sobre suas palavras favoritas, e o que seu dicionário diz sobre elas.
Libélula
Uma libélula (Sympetrum meridionale) é vista em Netanya, cidade na costa mediterrânea de Israel
Jack Guez/AFP
Em sua resposta, Aurélio explicou a relação com a palavra:
Uma das palavras mais bonitas da Língua, ao meu sentir, é libélula. Essa palavra é um voo, é uma coisa alada, de poesia imensa. Parece uma coisa que está em um voo incerto, um voo trêmulo, e em grande parte, representa a realidade daquilo.
Aurélio ainda fala diz que sinônimo para o inseto, também chamado de “lava bunda”, — que faz referência ao seu comportamento de depositar ovos na água —: “é lamentável. Mas a língua é cheia dessas coisas mesmo.”
“O certo é que libélula é uma palavra do meu profundo encantamento.”
Com origem no francês, a palavra é um substantivo feminino da zoologia e faz alusão ao voo planado do inseto. No dicionário, é descrito como:
Gênero de insetos odonatos, de corpo estreito dotados de dois pares de asas membranosas, transparentes, em geral brilhantemente coloridas, cujas larvas, carnívoras e voracíssimas, se desenvolvem nas águas correntes, nas estagnadas ou mesmo no interior de bromeliáceas.
A palavra também é usada para designar qualquer espécie e qualquer espécime desse gênero.
Murucututu
Coruja-murucututu é reintegrada à natureza em reserva de Entre Rios
Acervo Bracell
Ainda no domínio zoológico, uma palavra muito bonita que é o murucututu. Cinco sílabas seguidas, todas terminadas em 'u'. Isso me parece uma coisa maravilhosa.
Murucututu, também conhecido como corujão, é uma espécie de coruja da família Strigidae.
No dicionário, é descrito como um substantivo masculino que tem origem no tupi, e é um brasileirismo da zoologia.
Ave estrigiforme, estrigídea (Pulsatrix perspicillata), da América do Sul. Coloração parda; fronte, sobrancelha e mancha na garganta, brancas; mento e peito, pardos; o resto do abdome, amarelo-ocre; alimenta-se de aves e mamíferos sobretudo roedores.
Alvorada
Alvorecer pode ser definido como a claridade que precede o nascer do Sol.
Ivair Vieira Jr/G1
Temos uma palavra que é uma clarinada: alvorada.
Formada a partir de alvorar + o sufixo -ada, a palavra é um substantivo feminino e tem as seguintes definições:
Crepúsculo matutino; a claridade que precede o romper do Sol; arraiada, dilúculo.
Canto das aves ao amanhecer.
Toque militar nos quartéis, ao raiar do dia, para despertar os soldados.
Toque de qualquer música ao despontar da manhã.
[No sentido figurado] Princípio, começo, início, aurora, alvor.
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