‘Minidoutor’ de 5 anos: menino superdotado viraliza ao impressionar com conhecimentos sobre o corpo humano

O que a história ensina sobre tratados de paz que excluem das negociações uma das partes envolvidas, como está acontecendo com a Ucrânia?
O Profissão Repórter desta terça-feira (25) mergulhou no universo da superdotação. Em Goiânia, a reportagem conheceu o Davi Giordani. Cardiologista mirim: menino superdotado de 5 anos impressiona internet com conhecimentos sobre o corpo humano
O Profissão Repórter desta terça-feira (25) mergulhou no universo da superdotação.Em Goiânia, a reportagem conheceu um menino que aprendeu a ler com 2 anos e hoje, aos 5, devora livros de medicina.
Davi Giordani quer ser cardiologista. Nas redes sociais, o garoto brinca de ser médico e responde a perguntas sobre todos os órgãos do corpo humano. Veja no vídeo acima.
As respostas do menino viralizaram e hoje ele acumula quase 2 milhões de seguidores.
"Muitos médicos me inspiraram", afirma o menino.
Prematuro e superdotado
Davi nasceu prematuro com 29 semanas de gestação e somente 735 gramas
Reprodução/TV Globo
O desenvolvimento de Davi surpreendeu ainda mais porque ele nasceu prematuro com 29 semanas de gestação e somente 735 gramas. Depois de dois meses de neonatal, o cardiologista mirim ganhou peso, cresceu e passou a chamar atenção pelo raciocínio rápido.
"A gente achava normal, por ele sempre ter sido muito estimulado e ter muitos livros. Mas não passava na minha cabeça que eu ia ter um filho superdotado", conta a mãe, Érica Silva.
Davi aprendeu a ler com 2 anos de idade
Reprodução/TV Globo
Davi explica a própria condição com naturalidade:
"Um superdotado tem a mesma quantidade de neurônios de um adulto, mas a sinapse é mais rápida, ele processa mais rápido as informações."
Davi lendo livro de medicina
Reprodução/TV Globo
Adiantamento escolar e desafios
Por orientação de especialistas, Davi foi acelerado na escola, pulando do segundo ano da educação infantil direto para o segundo ano do ensino fundamental. Hoje, estuda com crianças de 7 anos e é acompanhado por neuropedagogos e neuropsicólogos para garantir uma adaptação saudável.
Apesar do talento, a rotina tem desafios.
"A gente tem as dificuldades normais de qualquer criança, mas, no caso dele, tudo é potencializado: o choro, a birra, a frustração", afirma o pai, José Giordani.
Mesmo com o sucesso na internet, Davi faz questão de lembrar seus seguidores:
"Vídeos na internet não substituem consulta médica. Eles servem para ajudar as pessoas a chegarem mais informadas ao médico."
Menino de 5 anos viraliza ao impressionar com conhecimentos sobre o corpo humano
Reprodução/TV Globo
Veja a íntegra do programa abaixo:
Edição de 25/02/2025
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Ritalina x Rita Lee: viral engana ao ligar remédio à cantora; conheça os riscos e qual é o uso (correto) do metilfenidato

O que a história ensina sobre tratados de paz que excluem das negociações uma das partes envolvidas, como está acontecendo com a Ucrânia?
Nas redes sociais, vídeo viral engana ao afirmar que o remédio homenageia a cantora Rita Lee. Entenda a verdadeira origem do nome do metilfenidato, que ganhou fama de ‘fórmula mágica’ da cognição, principalmente por universitários e concurseiros. Ritalina, medicamento para TDAH
Reprodução
Nas redes sociais, um vídeo atribui o nome do medicamento Ritalina a uma homenagem à cantora Rita Lee. No conteúdo, a artista aparentemente afirma que o nome do remédio foi escolhido em sua honra. No entanto, a publicação não passa de um deep fake – um vídeo manipulado digitalmente para criar essa falsa impressão.
A alegação, desmentida pela própria assessoria da cantora e da farmacêutica responsável pelo medicamento, não tem base alguma e vai contra a história real e documentada sobre o nome do remédio (entenda mais abaixo).
Mas o fato é que a Ritalina, um psicoestimulante tarja preta indicado para tratar transtornos psicológicos, tem sido usada, de forma indiscriminada, por muitos jovens, principalmente universitários e concurseiros, que acreditam que ela pode turbinar a inteligência e melhorar a concentração.
⬜⬛⬜ 'TARJA PRETA': É um medicamento de controle especial, com alto potencial de dependência, e só pode ser vendido com receita médica retida.
No entanto, especialistas ouvidos pelo g1 alertam que ese uso do metilfenidato traz riscos à saúde e não há comprovação científica de que ele realmente "aumente a inteligência".
Abaixo, entenda os motivos.
Ritalina x Rita Lee
A verdadeira história por trás do nome Ritalina é bem diferente do que sugere o vídeo viral. O medicamento, cujo princípio ativo é o metilfenidato, tem suas origens na década de 1940, muito antes de Rita Lee se tornar uma figura pública.
A história toda começa em 1944, quando o químico Leandro Panizzon, então funcionário da empresa farmacêutica suíça Ciba (hoje conhecida como Novartis), sintetizou pela primeira vez o metilfenidato.
Como era comum na época, Panizzon testou a nova substância em si mesmo, mas não notou efeitos significativos.
Leandro Panizzon ao lado de sua esposa, Marguerite “Rita” Panizzon.
Reprodução
Intrigado, o cientista decidiu oferecer o composto à sua esposa, Marguerite Panizzon, que sofria de pressão baixa.
Surpreendentemente, após uma partida de tênis, Marguerite relatou uma melhora notável em seu desempenho, aparentemente relacionada à ingestão do metilfenidato.
Foi aí então que o químico teve a ideia de batizar o novo medicamento. Inspirado pelo apelido carinhoso de sua esposa, "Rita", ele criou o nome "Ritalina".
Assim, o medicamento que viria a se tornar mundialmente conhecido recebeu seu nome em homenagem à Marguerite Panizzon, a verdadeira "Rita" por trás da Ritalina.
Leandro Panizzon em 1937, quando era pesquisador na Ciba. Anos depois, após descobrir o metilfenidato em 1944, tornou-se vice-diretor da empresa.
Ciba
A Ritalina foi então patenteada em 1954 e introduzida no mercado em 1955 para tratar diversas condições, incluindo depressão, fadiga e narcolepsia. Nos anos seguintes, estudos demonstraram seus efeitos positivos em sintomas de impulsividade, hiperatividade e transtornos de atenção.
Por isso, um fato curioso nessa história é que, quando a Ritalina foi lançada, Rita Lee tinha apenas 8 anos de idade.
Ao g1, a assessoria da cantora também negou qualquer relação com a origem do nome do medicamento.
Já a Novartis, atual fabricante da Ritalina, esclareceu que o nome do produto tem como precursor o ácido ritalínico, descartando também qualquer conexão com a artista brasileira.
Considerando que Rita Lee nasceu em 1947, e a marca foi depositada em 1956, quando a cantora e compositora tinha apenas 9 anos de idade, não há fundamento na afirmação de que o medicamento teria sido batizado em homenagem à artista.
Rita Lee em imagem de novembro de 2004, em São Paulo
José Patrício/Estadão Conteúdo/Arquivo
Mas o que é o metilfenidato?
O cloreto de metilfenidato faz parte de uma classe de medicamento chamada de psicoestimulantes, drogas que excitam o nosso sistema nervoso central.
Isso quer dizer que, assim como a cafeína, nicotina, cocaína e até mesmo as anfetaminas, ele causa uma variação no nosso estado de humor, aumentando o estado de alerta e excitação do corpo. Entretanto, vale o alerta de que o metilfenidato tem um perfil de segurança diferente quando usado corretamente e sob supervisão médica.
Como os nossos neurônios se comunicam uns com os outros, esses medicamentos atuam justamente na parte do nosso cérebro que é o local de contato entre as células nervosas, as sinapses. São nessas regiões que as informações necessárias para o funcionamento do nosso organismo são transmitidas.
Esse processo todo de troca de informações acontece por meio dos chamados neurotransmissores, moléculas mensageiras que são liberadas de um neurônio para outro.
Depois que os neurotransmissores passam seu recado, eles são então degradados ou voltam para a célula nervosa.
Mas diferente de outros medicamentos que aumentam o estoque dessas substâncias, como a adrenalina, o metilfenidato atua inibindo a recaptação dessas moléculas, estimulando cada vez mais os neurônios e, assim, os processos de concentração.
Antiga propaganda da Ritalina (metilfenidato) destaca seus supostos efeitos energizantes e antidepressivos.
Ciba
Qual a indicação do medicamento?
O metilfenidato é indicado para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) em crianças e adultos e também para o tratamento de narcolepsia.
O médico psiquiatria e professor do departamento de psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Amilton Santos Jr., explica que o precursor da droga começou a ser estudado nos anos 50, inicialmente como um remédio para enxaqueca, mas logo essa sua utilidade foi descartada porque os cientistas perceberam que ele piorava esses quadros.
Por outro lado, com o uso da medicação, algumas crianças que eram mais distraídas e agitadas ficavam um pouco mais concentradas e focadas. Por isso, o medicamento, que teve sua formulação aprimorada ao longo dos anos, hoje ele auxilia o tratamento do TDAH, mas não são todos os casos que precisam do uso do fármaco.
“Ele não é cura. Não é o único tratamento que existe. A gente sempre fala: em saúde mental nada prescinde de abordagens não farmacológicas”, ressalta o médico.
Publicidade médica da época minimizava efeitos colaterais e promovia uso amplo de estimulantes.
Ciba
Impacto discutível no desempenho acadêmico
O cloridrato de metilfenidato é um medicamento que deve ser administrado conforme as necessidades de adaptação de cada paciente. Ou seja, é preciso uma avaliação caso a caso feita por um especialista sobre a posologia da droga. É ele que irá indicar a dosagem de acordo com períodos de maiores dificuldades escolares ou comportamentais de um paciente com TDAH.
“Os efeitos de melhora cognitiva do metilfenidato são claramente comprovados em pessoas com diagnóstico de TDAH”, diz Henrique Bottura, diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista.
Ele explica que, quando o medicamento é usado em doses terapêuticas e para as indicações adequadas, ele auxilia o tratamento dos sintomas relacionados ao transtorno, como a desatenção, inquietação e impulsividade, mas que em pessoas que não apresentam o problema, a eficácia no desempenho cognitivo é discutível.
Atualmente, faltam evidências de efeitos a longo prazo do metilfenidato no desempenho acadêmico. Bottura ressalta que alguns estudos chegaram até avaliar as implicações do medicamento no desempenho matemático de crianças e adolescentes, mas os resultados dessas pesquisas mostraram números de melhora muito baixos.
“Hoje em dia muitas pessoas utilizam esse medicamento para melhorar a atenção, até porque hoje ela é muito mais desafiada do que anos atrás. No entanto, o benefício [do metilfenidato] para isso não é comprovado”, destaca.
O médico psiquiatria Amilton Santos Jr. acrescenta que o medicamento pode até deixar uma pessoa acordada por mais tempo e, consequentemente, estudando mais. Mas o descanso depois do estudo, pontua, é igualmente importante nesses casos porque é nessas horas que o cérebro irá organizar as sinapses e armazenar toda informação que foi aprendida durante o período que esteve desperto.
O uso indiscriminado do medicamento em doses não controladas pode resultar no aumento da ansiedade, dores de cabeça, perda de apetite e até mesmo, em alguns casos mais raros, alucinações.
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“Mas [o metilfenidato] não aumenta a inteligência de uma pessoa. O que ele faz é, durante o seu período de atuação no organismo, aumentar a janela atencional, o período pelo qual a pessoa consegue ficar um pouco mais tempo concentrada”, ressalta.
O problema é que, em indivíduos que não têm TDAH e fazem o uso por conta própria, isso pode causar vários problemas, tendo em vista que não há um controle das doses adequadas do medicamento.
“E aí a hora que a pessoa fica sem o remédio, ela fica como se estivesse deprimida mesmo, ela fica para baixo, sem ânimo, sem energia, que é o estado que a gente chama de abstinência”, alerta o médico.
Quais são os principais efeitos colaterais após o uso sem prescrição médica?
A automedicação com o metilfenidato pode acabar não ajudando o desempenho acadêmico daqueles que buscam um ‘up’ nos estudos e, em alguns casos, até mesmo resultando em sérios problemas de saúde.
O pesquisador Fernando Freitas, do Laboratório de Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) aponta que, como esses medicamentos alteram a química do cérebro e provocam um efeito calmante, eles vão criando uma dependência psicológica que estimula a necessidade de aumento da dose.
“Ele ajuda você a concentrar. Você consegue ter mais foco naquilo, fica com mais atenção, mas isso é algo passageiro”, lembra.
O problema é que, se uma pessoa tinha níveis de atenção normais, é como se ela tomasse uma “overdose de cafeína”, explica Santos Jr.
Por isso, o uso indiscriminado do medicamento em doses não controladas pode resultar no aumento da ansiedade, dores de cabeça, perda de apetite e até mesmo, em alguns casos mais raros, alucinações (em casos de superdosagem ou uso crônico em doses elevadas) e na piora de quadros de esquizofrenia ou transtorno bipolar (ele é contraindicado nesses casos devido ao risco de exacerbar sintomas psicóticos ou maníacos).
A questão, defende o médico, é que os pacientes muitas vezes não sabem se têm predisposição a esses problemas até a ocorrência do primeiro episódio. Assim, ele acredita que a questão-chave tem a ver com o controle de acesso a esse medicamento e a necessidade do acompanhante médico.
"Todos os remédios têm indicações e contraindicações. Pessoas são mais sensíveis e menos sensíveis. Então o mais importante é não fazer o uso de forma aleatória e sem a supervisão de um médico especialista na área".
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Pé-de-Meia: estudantes que concluíram o ensino médio e fizeram o Enem já podem sacar bônus de R$ 1,2 mil

O que a história ensina sobre tratados de paz que excluem das negociações uma das partes envolvidas, como está acontecendo com a Ucrânia?
O valor de saque após conclusão sobe no caso dos beneficiados que vão concluir a etapa de ensino em 2025 ou 2026, e pode chegar a até R$ 3,2 mil. Para isso, é preciso cumprir com algumas condições. Por meio do Pé-de-Meia, o estudante recebe um incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado em qualquer momento
Divulgação/Governo Federal
Os alunos beneficiados pelo programa Pé-de-Meia que concluíram o ensino médio e participaram do Enem em 2024 já podem sacar os bônus de R$ 1.200. Com esse último pagamento, estes estudantes terão recebido até R$ 3,2 mil reais por seu último ano na etapa escolar.
Esse total engloba:
R$ 200 reais pagos pela matrícula em 2024.
R$ 1.800 pagos em 9 parcelas ao longo de 2024.
R$ 1.000 de bônus pela aprovação no final do ano letivo, pagos nesta semana.
R$ 200 pela realização do Enem no último ano do ensino médio, pagos nesta semana.
Os R$ 1.200 finais foram disponibilizados na terça-feira (25) para os alunos nascidos de janeiro a junho, e nesta quarta-feira (26) para os nascidos de julho a dezembro, e já podem ser sacados.
Na quinta-feira (27), será a vez de depositar os R$ 1.000 na conta dos estudantes beneficiados que concluíram em 2024 o 1º ou o 2º ano do ensino médio. O valor só poderá ser sacado quando os estudantes concluírem a etapa de ensino.
Em pronunciamento de TV, Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia nesta terça
Os beneficiados pelo programa que cursaram o 2º ano do ensino médio no ano passado poderão receber ao todo R$ 6,2 mil caso sejam aprovados no último ano em 2025 e participem do Enem neste ano.
Já para aqueles que estavam no 1º ano em 2024 e que concluírem a etapa em 2026, e cursarem o Enem ao final do 3º ano, o valor total recebido ao longo dos três anos pode chegar a R$ 9,2 mil.
Vale lembrar que os R$ 1.000 depositados ao final de cada ano da etapa escolar está condicionado à aprovação nos três anos. Já os R$ 200 finais serão pagos apenas ao final do 3º ano do ensino médio, caso o estudante participe do Enem naquele ano.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o programa beneficia mais de 4 milhões de estudantes.
A pasta não soube detalhar quantos deles estão em cada ano da etapa escolar ou quantos estão elegíveis aos bônus de aprovação e de participação no Enem, mas reforçou que mais de 90%dos beneficiados foram aprovados em 2024.
Sobre o Pé-de-Meia
O programa Pé-de-Meia foi sancionado e regulamentado em janeiro de 2024, com o objetivo combater a evasão escolar no ensino médio, criando uma bolsa para estimular a permanência e conclusão da etapa de ensino.
São elegíveis estudantes de baixa renda da rede pública, de 14 a 24 anos, de famílias inscritas no CadÚnico. Além disso, os alunos devem:
possuir CPF;
estar cadastrados no CadÚnico (instrumento do governo federal para coleta de dados de pessoas em vulnerabilidade);
ter se matriculado no início do ano letivo;
alcançar frequência escolar de pelo menos 80% das horas letivas;
participar do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Para terem direito ao bônus, é exigido que:
não tenham sido reprovados no fim do ano letivo;
façam o Enem no fim do 3º ano do ensino médio.
VÍDEOS DE EDUCAÇÃO

Como funciona o programa Pé-de-Meia e como sacar o primeiro pagamento

O que a história ensina sobre tratados de paz que excluem das negociações uma das partes envolvidas, como está acontecendo com a Ucrânia?
Programa cria uma poupança para estimular a permanência dos alunos na escola e a conclusão do ensino médio. Governo paga Pé de Meia de até R$ 1,2 mil aos estudantes
Estudantes que concluíram um dos três anos do ensino médio regular em escola pública em 2024 poderão sacar R$ 1 mil do programa Pé-de-Meia, do governo federal. O anúncio foi feito na segunda-feira (24/2).
"Tem direito ao valor quem passou de ano, mas quem concluiu o ensino médio já pode sacar a partir desta terça-feira", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em pronunciamento na televisão.
Segundo o presidente, mais de 90% dos jovens que estão no programa passaram de ano.
👉 O programa Pé-de-Meia foi criado em janeiro de 2024. Ele é destinado a estudantes do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de escolas públicas que integram famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico).
O programa cria uma poupança para promover a permanência dos alunos na escola e a conclusão do ensino médio.
Ao comprovar matrícula e frequência, o estudante recebe o pagamento de incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado em qualquer momento.
O beneficiário do Pé-de-Meia ainda recebe R$ 1 mil ao final de cada ano concluído, que só pode ser retirado da poupança após a formatura no ensino médio.

Getty Images via BBC
➡️ Além disso, os alunos aprovados no terceiro ano em 2024, que participaram dos dois dias da última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), receberão mais R$ 200.
Segundo o governo federal, considerando as parcelas de incentivo, os depósitos anuais e o adicional de R$ 200 pela participação Enem, os valores podem chegar a R$ 9,2 mil por aluno.
O programa chegou a ser suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por um entendimento que os recursos do Pé-de-Meia deveriam ser contabilizados no Orçamento da União, e não serem transferidos diretamente de fundos da área de educação. O governo acatou as ordens do TCU e o programa foi liberado.
Segundo Lula, o programa está ajudando mais de 4 milhões de jovens a permanecerem na escola.
Quem pode participar do programa Pé-de-Meia?
O Programa Pé-de-Meia é destinado a estudantes matriculados no ensino médio da rede pública de ensino.
É preciso ser estudante matriculado no ensino médio regular das redes públicas e ter entre 14 a 24 anos ou estudante da educação de jovens e adultos (EJA) das redes públicas e ter entre 19 e 24 anos.
Além disso é preciso:
Ser integrante de família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e que tenha renda, por pessoa, de até meio salário-mínimo (R$ 759).
Ter CPF regular.
Ter o mínimo de 80% de frequência escolar no mês.
Existe também um programa chamado Pé-de-Meia Licenciaturas, que incentiva o ingresso na carreira docente.
É preciso se inscrever no Pé-de-Meia? É preciso abrir uma conta na Caixa?
Não.
O estudante não precisa se inscrever no Programa Pé-de-Meia e nem abrir conta na Caixa.
📃 Basta ter CPF, estar matriculado até abril de 2024 em uma escola pública cursando o ensino médio e fazer parte de uma família beneficiária do Programa Bolsa Família.
As redes ofertantes do ensino médio (federais, estaduais, distritais ou municipais) são responsáveis por captar e informar os dados dos estudantes ao Ministério da Educação (MEC).
O MEC define o público contemplado, além de acompanhar e verificar o cumprimento dos requisitos para fins de pagamento dos incentivos.
Se o estudante cumprir todos os requisitos e for selecionado pelo MEC para participar do Programa, a própria Caixa abre uma conta digital em nome do estudante
As folhas de pagamento são enviadas à Caixa Econômica Federal, responsável pelos pagamentos, que são consultados pelos beneficiários por meio do aplicativo Jornada do Estudante.
Caso o estudante já tenha conta na Caixa Econômica Federal, não será necessária abertura de nova conta para crédito do incentivo — desde que a conta seja do tipo Poupança Social Digital ou Poupança CAIXA Tem, e que estejam em nome do estudante.
1º lugar, 10 anos depois: onde estão seis alunos 'número 1' no Enem e vestibulares pelo país
Como funciona para estudantes com menos de 18 anos?
Segundo a Caixa Econômica Federal, para estudantes com menos de 18 anos, o responsável legal do aluno deve autorizar a movimentação da conta pelo App CAIXA Tem, por meio da opção "Programa Pé-de-Meia" – "Permitir acesso a um menor". Isso também pode ser feito em uma agência da Caixa.
No App "CAIXA Tem", caso o responsável legal seja pai ou mãe do estudante, é necessário fazer upload do RG do estudante. Caso o responsável legal não seja o pai ou a mãe do estudante, isso precisa ser feito em uma agência da Caixa.
A conta do estudante pode ser movimentada pelos seguintes canais:
App CAIXA Tem
Caixas eletrônicos da Caixa
Lotéricas
Correspondentes Caixa
Como consultar saldos e pagamentos?
Para consultar o calendário de pagamentos ou a situação do pagamento, o estudante é orientado a usar os seguintes canais:
o aplicativo Caixa Tem
o aplicativo Jornada do Estudante
o aplicativo Benefícios Sociais CAIXA
o portal Cidadão da CAIXA pelo endereço
o telefone 0800 616161 (Fale Conosco do MEC)
Para informações sobre a frequência escolar, os estudantes devem procurar suas escolas.
Com o aplicativo Caixa Tem, o estudante pode solicitar seu cartão de débito, movimentações do dia a dia, receber e enviar PIX, fazer o pagamento de contas e recarga de celular.
Quais são as modalidades do Pé-de-Meia?
São quatro modalidades:
Incentivo Matrícula: por matrícula registrada no início do ano letivo, valor pago uma vez por ano;
Incentivo Frequência: por frequência mínima escolar de 80% do total de horas letivas, aferida pela média do período letivo transcorrido ou pela frequência mensal do estudante, valor pago em nove parcelas durante o ano;
Incentivo Enem: por participação comprovada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), valor pago uma única vez ao estudante matriculado na 3ª série da etapa, cujos depósito e saque dependem da obtenção de certificado de conclusão do ensino médio;
Incentivo Conclusão: por conclusão dos anos letivos do ensino médio com aprovação e participação em avaliações educacionais, cujos depósito e saque dependem da obtenção de certificado de conclusão do ensino médio.
Quanto dinheiro é pago aos estudantes?
O Incentivo Matrícula e o Incentivo Frequência são pagos ao longo do ano letivo, a partir de aferição dos requisitos.
O Incentivo Conclusão e o Incentivo Enem dependem da obtenção do certificado do ensino médio.
💰 Os valores são:
Incentivo Matrícula: R$ 200 pagos em parcela anual.
Incentivo Frequência: R$ 1,8 mil por ano, pagos em nove parcelas. (Excepcionalmente em 2024, foram pagas oito parcelas do incentivo)
Incentivo Conclusão: R$ 1 mil depositados anualmente após a aprovação do estudante em cada ano letivo do ensino médio, totalizando R$ 3 mil. O valor fica retido e só pode ser sacado após a conclusão dos três anos do ensino médio.
Incentivo Enem: R$ 200 pagos em parcela única.
Qual é o calendário de pagamentos?
Parcela dos concluintes do 3º ano do ensino médio e EJA:
Terça (25/2): Nascidos nos meses de janeiro a junho
Quarta (26/2): Nascidos nos meses de julho a dezembro
Parcela única de conclusão em poupança para os estudantes do 1º e 2º ano do ensino médio:
Quinta (27/2): nascidos em qualquer mês. Os estudantes do 1º e 2º ano terão depósito de R$ 1 mil em suas contas, que poderá ser sacado apenas na conclusão do ensino médio.
* Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0jgn167y7lo
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O que a história ensina sobre tratados de paz que excluem das negociações uma das partes envolvidas, como está acontecendo com a Ucrânia?

O que a história ensina sobre tratados de paz que excluem das negociações uma das partes envolvidas, como está acontecendo com a Ucrânia?
Na semana passada, autoridades da Rússia e dos EUA se encontraram para discutir como seria um acordo de paz para acabar com a guerra na Ucrânia, mas o país não participou das conversas. Em outros momentos históricos, ações como essa trouxeram consequências para populações de países envolvidos. A Ucrânia não foi convidada para uma reunião importante entre autoridades russas e americanas na Arábia Saudita na semana passada para decidir como seria a paz no país.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Ucrânia "nunca aceitará" nenhuma decisão tomada em negociações sem sua participação para acabar com a guerra de três anos da Rússia no país.
A decisão de negociar a soberania dos ucranianos sem eles — assim como a tentativa descaradamente extorsiva do presidente dos EUA, Donald Trump, de reivindicar metade da rara riqueza mineral da Ucrânia como preço pelo apoio contínuo dos EUA — revela muito sobre como Trump vê a Ucrânia e a Europa
Mas esta não é a primeira vez que grandes potências se unem para negociar novas fronteiras ou esferas de influência sem a contribuição das pessoas que vivem lá.
Essa política de poder autoritária raramente termina bem para os afetados, como mostram esses sete exemplos históricos.
Autoridades dos EUA, Rússia e Arábia Saudita reunidas em Riade em 18 de fevereiro de 2025.
Evelyn Hockstein/Pool Photo via AP
1. A disputa pela África
No inverno de 1884–85, o líder alemão Otto von Bismarck convidou as potências da Europa para Berlim para uma conferência para formalizar a divisão de todo o continente africano entre elas. Nenhum africano estava presente na conferência que viria a ser conhecida como "The Scramble for Africa".
Entre outras coisas, a conferência levou à criação do Estado Livre do Congo sob controle belga, local de atrocidades coloniais que mataram milhões.
A Alemanha também estabeleceu a colônia do Sudoeste Africano Alemão (atual Namíbia), onde o primeiro genocídio do século XX foi posteriormente perpetrado contra os povos colonizados.
2. A Convenção Tripartite
Não foi só a África que foi dividida dessa forma. Em 1899, a Alemanha e os Estados Unidos realizaram uma conferência e forçaram um acordo aos samoanos para dividir suas ilhas entre as duas potências.
Isso ocorreu apesar dos samoanos expressarem o desejo de autogoverno ou de uma confederação de estados do Pacífico com o Havaí.
Como "compensação" por perder em Samoa, a Grã-Bretanha recebeu primazia incontestada sobre Tonga.
A Samoa Alemã ficou sob o domínio da Nova Zelândia após a Primeira Guerra Mundial e permaneceu como território até 1962. A Samoa Americana (além de várias outras ilhas do Pacífico) continua sendo território dos EUA até hoje.
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3. O Acordo Sykes-Picot
Como a primeira guerra mundial estava bem encaminhada, representantes britânicos e franceses sentaram-se para concordar como dividiriam o Império Otomano depois que ela acabasse. Como uma potência inimiga, os otomanos não foram convidados para as negociações.
Juntos, Mark Sykes, da Inglaterra, e François Georges-Picot, da França, redesenharam as fronteiras do Oriente Médio de acordo com os interesses de suas nações.
O Acordo Sykes-Picot contrariava compromissos feitos em uma série de cartas conhecidas como correspondência Hussein-McMahon. Nessas cartas, a Grã-Bretanha prometia apoiar a independência árabe do domínio turco.
O Acordo Sykes-Picot também contrariava as promessas feitas pela Grã-Bretanha na Declaração Balfour de apoiar os sionistas que queriam construir uma nova pátria judaica na Palestina Otomana.
O acordo se tornou a fonte de décadas de conflito e desgoverno colonial no Oriente Médio, cujas consequências continuam a ser sentidas hoje.
4. O Acordo de Munique
Em setembro de 1938, o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain e o primeiro-ministro francês Édouard Daladier se encontraram com o ditador fascista italiano, Benito Mussolini, e o alemão Adolf Hitler para assinar o que ficou conhecido como Acordo de Munique.
Os líderes buscaram impedir a propagação da guerra pela Europa depois que os nazistas de Hitler fomentaram uma revolta e começaram a atacar as áreas de língua alemã da Tchecoslováquia, conhecidas como Sudetenland. Eles fizeram isso sob o pretexto de proteger as minorias alemãs. Nenhum tchecoslovaco foi convidado para a reunião.
A reunião ainda é vista por muitos como a "Traição de Munique" – um exemplo clássico de uma tentativa fracassada de apaziguar uma potência beligerante na falsa esperança de evitar a guerra.
5. A Conferência de Évian
Em 1938, 32 países se reuniram em Évian-les-Bains, na França, para decidir como lidar com os refugiados judeus que fugiam da perseguição na Alemanha nazista.
Antes do início da conferência, a Grã-Bretanha e os EUA concordaram em não pressionar um ao outro para aumentar a cota de judeus que aceitariam nos EUA ou na Palestina Britânica.
Embora Golda Meir (a futura líder israelense) tenha participado da conferência como observadora, nem ela nem nenhum outro representante do povo judeu foram autorizados a participar das negociações.
Os participantes falharam amplamente em chegar a um acordo sobre aceitar refugiados judeus, com exceção da República Dominicana. E a maioria dos judeus na Alemanha não conseguiu sair antes que o nazismo atingisse seu nadir genocida no Holocausto.
6. O Pacto Molotov-Ribbentrop
Enquanto Hitler planejava sua invasão da Europa Oriental, ficou claro que seu maior obstáculo era a União Soviética. Sua resposta foi assinar um tratado de não agressão desonesto com a URSS.
O tratado, nomeado em homenagem a Vyacheslav Molotov e Joachim von Ribbentrop (os ministros das Relações Exteriores soviético e alemão), garantiu que a União Soviética não responderia quando Hitler invadisse a Polônia. Ele também dividiu a Europa em esferas nazista e soviética. Isso permitiu que os soviéticos se expandissem para a Romênia e os estados bálticos, atacassem a Finlândia e tomassem sua própria parte do território polonês.
Não é de surpreender que alguns na Europa Oriental vejam as atuais negociações entre os EUA e a Rússia sobre o futuro da Ucrânia como um renascimento desse tipo de diplomacia secreta que dividiu as nações menores da Europa entre grandes potências na Segunda Guerra Mundial.
7. A Conferência de Yalta
Com a derrota da Alemanha nazista iminente, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, o ditador soviético Josef Stalin e o presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt se encontraram em 1945 para decidir o destino da Europa do pós-guerra. Esta reunião veio a ser conhecida como a Conferência de Yalta .
Junto com a Conferência de Potsdam, alguns meses depois, Yalta criou a arquitetura política que levaria à divisão da Europa na Guerra Fria.
Em Yalta, os "três grandes" decidiram sobre a divisão da Alemanha, enquanto Stalin também recebeu uma esfera de interesse na Europa Oriental.
Isso assumiu a forma de uma série de estados-tampão controlados politicamente na Europa Oriental, um modelo que alguns acreditam que Putin pretende imitar hoje no leste e sudeste da Europa.
*Esta reportagem foi publicada originalmente em inglês.
**Matt Fitzpatrick é professor de História Internacional na Universidade Flinders (Austrália).
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