Motorista, iate, bolsas de R$ 17 mil e ‘looks’ de marca: alunos de faculdades caras viralizam com rotinas de luxo

Pé-de-meia: MEC divulga calendário para o ano de 2025
Ao g1, estudantes-influenciadores garantem que meta é inspirar seus seguidores, e não ostentar. Psicólogos analisam impacto para a saúde mental (de quem posta e de quem assiste aos vídeos 'chiques'). Alunos de faculdades caras mostram rotina com motorista, iate e bolsas de R$ 17 mil
No banco traseiro do carro com uma bolsa Louis Vitton avaliada em R$ 17 mil, Enrico Rico (nome artístico), de 22 anos, pede para o seu motorista buscá-lo na faculdade e levá-lo para passar o fim de semana no iate da família. Na segunda-feira seguinte, o jovem voltará a Campinas, no interior de São Paulo, para continuar cursando medicina na São Leopoldo Mandic, instituição particular com mensalidades de aproximadamente R$ 15 mil.
Na volta às aulas, Enrico comprou um bombom para cada colega da turma e grampeou um bilhetinho manuscrito: “Com carinho, Enrico Rico”. “Coloquei tudo na mala, porque meu motorista já estava me esperando”, conta no TikTok, em um vídeo com mais de 1 milhão de visualizações.
💰Ele não é o único a fazer sucesso com os bastidores da vida de estudantes com rotinas de luxo: como você verá nesta reportagem, há outros universitários que “bombam” nas redes sociais ao mostrar a vida de quem:
não pega transporte público para ir ao estágio (melhor usar o conversível da garagem);
não usa chinelo nem calça de moletom nas aulas (preferem salto alto e fazem até #publis de lojas de marca por meio dos vídeos de “arrume-se comigo”);
não passa calor em uma sala sem ar-condicionado (a faculdade dá de presente uma garrafa térmica de R$ 300) .
“Não sei muito bem [por que as pessoas se interessam pelos meus posts]. É que sou muito verdadeiro e passo para elas o que vivo. Tanta gente olha para mim e se inspira, sabe? Ensino que dá para fazer o dia a dia ficar mais leve”, diz Enrico Rico, em entrevista ao g1.
📳Andrea Jotta, pesquisadora de ciberpsicologia e professora da PUC-SP, explica que o fenômeno da exposição da própria rotina cresceu após a pandemia.
“No isolamento social, as pessoas passaram a fazer lives e a abrir a câmera dentro de casa. O limite entre o público e o privado foi se desfazendo. Já vivíamos na sociedade do espetáculo, mas a audiência cresceu. Virou comum mostrar tudo da sua vida — tanto entre os mais pobres quanto entre os mais ricos”, diz.
Abaixo, ao fim da reportagem, veja quais os custos emocionais dessa exposição (para quem posta e para quem assiste aos vídeos).
Enrico Rico, como gosta de ser chamado nas redes, estuda medicina na Mandic, no interior de SP
Arquivo pessoal
👛‘Aff, todo mundo tem essa bolsa’
“E eu, super achando que ia ser exclusiva com a minha bolsa Longchamp [marca francesa de luxo]? Afff, véi, todo mundo tem”, postou Liria Máximo, assim que viu suas colegas na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo. Os modelos custam de R$ 1.200 a R$ 2.200.
“Tem gente de fora que diz que é desnecessário, que aqui não é um desfile de moda. Mas as meninas normalmente vêm muito arrumadas. Eu amo montar meu look, e isso vira um incentivo para ir à faculdade”, afirma ao g1.
Na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), outra instituição de ensino na capital paulista, as altas produções também dominam as salas de aula. No TikTok, há vários vídeos de “arrume-se comigo” (“get ready with me”, em inglês), em que alunas mostram quais sapatos e roupas (em geral, de marca) usarão naquele dia.
Valentina Oliveira, por exemplo, explica aos seguidores como arruma o cabelo com seu secador Dyson (que custa mais de R$ 2.600), antes de entrar no carro conversível de seu pai no 1º dia de aula de 2025.
E Júlia Cardoso, aluna do 7º semestre de publicidade e propaganda, já fez até parceria com marcas de calçados e de bolsas, como a Arezzo, para montar seus “lookinhos” de faculdade.
“Os alunos costumam ir arrumados, e eu ainda tenho muitos eventos depois da aula. Então, vou de brilho, de salto alto, com vestidos bem ‘over’, para já conciliar com os meus compromissos”, conta.
“E mesmo que eu não tenha nada, me faz muito bem estar bem-vestida — não só para a Júlia pessoa, mas também para a Júlia influenciadora. Faz parte da minha persona e do meu trabalho na internet.”
Pessoalmente, Júlia só recebe elogios. Mas, nas redes, ela é frequentemente criticada, afirma. “Falam que eu sou louca e que é desrespeitoso ir tão arrumada assim. Dizem que não vou para estudar. Mas eu discordo: sou criadora de conteúdo de moda e fico feliz de usar as muitas roupas que tenho. Isso não tem nada a ver com não tirar boas notas ou não prestar atenção na aula”, explica a aluna.
Júlia Cardoso gosta de se arrumar para ir à FAAP, em São Paulo
Arquivo pessoal
🤑Brindes: iPad e garrafa térmica de R$ 300
“Unboxing do kit que a gente ganhou no primeiro dia da faculdade!”, anuncia Liv Nakashima, aluna da Link School of Business, escola de negócios em São Paulo que cobra mensalidades acima de R$ 14 mil.
Ela, então, abre uma caixa e revela que ganhou, além de moletom personalizado e vouchers de almoço, uma garrafa térmica que custa cerca de R$ 300. “A faculdade de vocês dá uma dessa de presente? Tenho certeza de que não”, diz a jovem, em um de seus vídeos do TikTok.
Na Mandic, o “brinde” foi mais tecnológico: os novos alunos de odontologia receberam iPads da 10ª geração, que custam por volta de R$ 3.500. Os estudantes podem levar o tablet para a casa e usá-lo à vontade ao longo dos 4 anos de graduação.
Seguidores traçam comparações: "Nossa, minha faculdade só me dá dor de cabeça mesmo", escreve um deles." E eu aqui, lutando para ter um copinho descartável ou um filtro de água", comenta outro.
💳Os posts podem prejudicar alguém?
Enrico Rico faz medicina na Mandic, onde as mensalidades passam de R$ 14,5 mil
Arquivo pessoal
O g1 conversou com dois psicólogos especializados em saúde mental na internet para entender quais podem ser as consequências desses posts de “luxo".
💍Não é preciso dizer que a realidade de iates e bolsas Chanel corresponde a uma ínfima parcela dos estudantes no Brasil. Mas há problema em assistir a vídeos que mostrem um luxo tão distante? E do ponto de vista dos criadores de conteúdo: faz mal mostrar tanto da intimidade?
Veja os destaques:
O perigo do discurso meritocrático
“Mostro que o dia a dia pode ser mais leve. Dá para fazer exercício, estudar, curtir. Existem padrões diferentes [de vida], mas nada impede alguém de correr atrás dos seus sonhos. É uma questão de organização e logística”, diz Enrico Rico.
Segundo Alessandro Marimpietri, psicólogo com doutorado em ciências da educação, é preciso que os criadores de conteúdo evitem vender a ideia de que o sucesso financeiro depende apenas do esforço de cada um.
“Quem assiste pode pensar que não conseguiu aquilo tudo [luxo, roupas de marca, acesso a festas caras] só porque tem algum defeito. Para quem tem só um banheiro em casa, é mal remunerado, pega três transportes públicos e não tem plano de saúde, as 24 horas não são as mesmas. Temos condições desiguais no Brasil, e isso não é responsabilidade individual”, afirma.
Liberdade x frustração
Andrea Jotta reforça que não podemos cercear a liberdade de quem quer mostrar sua vida nas redes sociais — mesmo que ela envolva luxos inacessíveis à maioria da população. Os estudantes têm direito de exibir as roupas caras ou o carro conversível, se assim quiserem.
Só que quem consome esses conteúdos deve ficar atento: é apenas uma curiosidade pelo diferente? Pode ser divertido acompanhar a vida de um perfil tão diferente do nosso. É inspirador? Há quem goste de procurar cópias mais baratas de um visual caro. Ou é frustrante? Se trouxer tristeza, ansiedade e angústia, é melhor evitar esses posts.
“A tecnologia não vai se importar com a nossa saúde mental. Se assistir a esses vídeos não lhe faz bem, não assista. Pesquise sobre outros assuntos no TikTok, para ensinar o algoritmo sobre o que você quer ver”, diz Jotta.
Importância de não depender das ‘curtidas’
Os alunos que gravam esses vídeos devem levantar os seguintes questionamentos:
💸“Estou deixando de viver porque preciso mostrar tudo o tempo todo?”
“É a lógica da nossa cultura atual: preciso converter tudo em uma imagem, que será consumida por alguém. Se for a um show, tenho de filmar. Se for a um restaurante, tenho de tirar foto do prato. Sentimos que precisamos produzir algo, e não só viver a experiência. Isso pode ser um problema para a saúde mental”, diz o psicólogo Marimpietri.
💸“Se esse meu post não fizer sucesso, como vou me sentir?”
É preciso ter estrutura emocional para que as reações a um post não virem o principal guia da autoestima: se algo viraliza e recebe comentários positivos, o influenciador fica feliz; se não gera engajamento ou se atrai muitas críticas, o ânimo vai embora.
“Mesmo ganhando muito dinheiro e mostrando seu sucesso, o ser humano tem de manter uma base de valores para se sentir bem. Ele pode mostrar a bolsa Chanel para os seguidores, mas seu bem-estar não deve depender disso”, diz Jotta.
“Ganhar afeto por algo que não construiu, como o patrimônio dos pais, vai, aos poucos, minando a confiança da própria pessoa. Ela deve se sentir plena também quando ajuda os outros, visita os avós ou brinca com uma criança. Uma coisa não pode substituir a outra. Depender só da audiência [para ser feliz] é ver sua autoestima se desestruturar quando bater qualquer vento", afirma a psicóloga.
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‘Um aluno fez um deepfake pornô meu, e minha vida virou de cabeça para baixo’

Pé-de-meia: MEC divulga calendário para o ano de 2025
Professoras sul-coreanas contam à BBC como alunos compartilharam imagens deepfake delas on-line. 'Eu não conseguia mais olhar nos olhos deles e dar aula direito', diz professora que foi vítima de deepfake
BBC
Lee Ga-eun chora com frequência em casa, sendo consolada pelo filho de oito anos.
Durante uma década, ela trabalhou feliz como professora na cidade sul-coreana de Busan.
➡️Mas, em março do ano passado, sua vida virou de cabeça para baixo quando um aluno mostrou a ela uma foto do seu rosto anexado a um corpo nu, uma imagem que havia sido criada com a tecnologia de deepfake.
A foto havia sido compartilhada em um canal do Telegram, onde cerca de 1,2 mil membros usavam hashtags como "humilhando professores". Ga-eun (que não é seu nome verdadeiro) acredita que muitos de seus alunos viram a imagem.
"Sempre que eles olhavam para mim, eu não conseguia deixar de pensar se eles tinham visto aquela foto, e estavam olhando para mim para verificar. Eu não conseguia mais olhar nos olhos deles e dar aula direito", ela conta.
Ga-eun está de licença médica do trabalho há sete meses.
"Eu queria ser professora desde que era pequena, e esse sonho nunca mudou", diz ela.
"Mas agora, devido à depressão e à ansiedade, tenho que tomar cinco comprimidos por dia. Ainda me sinto impotente, e acho que vai levar algum tempo até eu conseguir voltar."
Muitas vezes, espera-se que os professores continuem fazendo seu trabalho depois de serem vítimas de deepfake
BBC
Cerca de um ano antes, uma professora de inglês de uma escola de ensino médio na província de Gyeonggi, que vamos chamar de Park Sehee, também teve uma foto dela manipulada em um site chamado Dcinside.
A foto foi tirada originalmente de um aplicativo de mensagens que ela usava para se comunicar apenas com os alunos. Seu rosto, junto ao de um homem desconhecido, foi editado sobre os corpos de dois macacos realizando um ato sexual.
As palavras ao lado da foto diziam: "Park Sehee fazendo AQUILO com o filho".
Ela diz que ficou tão chocada que mal conseguia respirar.
"Por um tempo, acordava no meio da noite, batendo no travesseiro com raiva. Não conseguia controlar minha raiva. Eu me sentia tão desamparada, e a ideia de que eles tinham envolvido meu filho era insuportável", acrescenta.
"Eu estava com esses alunos desde o primeiro ano, e havíamos passado três anos juntos. Eu realmente me importava com eles, e eles gostavam muito de mim. Tínhamos um ótimo relacionamento. Eles eram conhecidos por serem alunos adoráveis, então foi um grande choque."
Ela disse aos alunos que não denunciaria o caso à polícia se o autor confessasse, mas ninguém se manifestou. Ela acabou indo à polícia, mas eles disseram que não conseguiram encontrar nenhuma evidência, e encerraram o caso, sem sequer entrevistá-la, segundo ela. Por fim, ela desistiu de tentar descobrir quem era o responsável.
Recentemente, a Coreia do Sul testemunhou um aumento da pornografia deepfake nas escolas. Em setembro, a BBC noticiou que mais de 500 escolas e universidades haviam sido afetadas.
Em agosto de 2024, o Sindicato de Professores e Profissionais da Educação Coreanos (KTU) realizou uma pesquisa, perguntando se professores e alunos já haviam sido vítimas de imagens manipuladas ilegalmente — 2.492 casos foram relatados.
As vítimas incluíam alunos de escolas do ensino médio, fundamental e instituições de ensino especiais, e até mesmo do jardim de infância. No total, 517 indivíduos foram afetados, sendo 204 professores e 304 alunos — os demais eram funcionários da escola.
Embora muitas das vítimas nunca procurem a polícia, o número de casos denunciados está aumentando:
Na Coreia do Sul, de forma mais ampla, o número de denúncias policiais sobre crimes sexuais com deepfake subiu de 156, em 2021, para 1.202, em 2024.
Dados da polícia divulgados no fim do ano passado mostram que 548 das 682 pessoas presas eram adolescentes. Mais de 100 delas eram crianças, com idades entre 10 e 14 anos, que não podem ser julgadas e punidas como criminosas devido à idade.
Mas, apesar de as pessoas estarem mais conscientes da crise da pornografia deepfake, professores se sentiram desapontados com a polícia.
Uma professora de uma escola de ensino médio em Incheon, que vamos chamar de Jihee, viu uma postagem no X (antigo Twitter), mostrando closes de partes do seu corpo, com a hashtag "humilhação de professores". Ela diz que ficou frustrada com a falta de atitude da polícia após denunciar as imagens, e decidiu resolver o problema por conta própria.
Ela percebeu que as fotos haviam sido tiradas em uma sala de aula específica e, a partir daí, analisou meticulosamente todos os ângulos das cadeiras da sala de aula para determinar quem havia tirado as fotos. Ela acabou identificando uma aluna do terceiro ano como suspeita.
"Apesar de ser a vítima, foi frustrante ter que ficar olhando esse tipo de foto para obter informações", diz Jihee.
Após enviar um relatório de 10 páginas, a polícia abriu uma investigação, mas concluiu que não havia evidências suficientes.
No entanto, a aluna de quem Jihee suspeitava foi acusada em outro caso envolvendo um de seus colegas.
Muitas vezes, espera-se que os professores continuem fazendo seu trabalho depois de serem vítimas, mesmo que o aluno suspeito de ser o responsável ainda esteja em sua sala de aula. No caso dos alunos, é diferente — eles podem ser retirados imediatamente das aulas se denunciarem que foram vítimas de um deepfake.
Alguns professores, como Ga-eun, tiram licença médica. Mas se a licença exceder uma semana, eles precisam passar por uma revisão para que seja aprovada por um comitê da escola. Às vezes, as solicitações são rejeitadas, o que significa que a pessoa deve usar suas férias anuais.
A transferência de escolas é quase impossível fora do período regular de transferências em março.
"Não sei se é o deepfake que está me fazendo sofrer ou a batalha com as autoridades educacionais", desabafa Ga-eun.
Kim Soon-mi, supervisora de escola na secretaria de Educação de Busan, afirmou: "Não há nenhuma lei ou manual que especifique como separar imediatamente os professores dos alunos que são agressores ou quanto tempo deve durar a separação".
A única orientação disponível é que um aluno pode ser transferido para os fundos da sala de aula, se suas ações "afetarem negativamente os direitos de aprendizado dos outros". Também pode ser solicitado aos pais fornecer ensino domiciliar, mas isso não pode ser aplicado se os pais se recusarem.
Ga-eun também acredita que muito mais ainda precisa ser feito para educar os estudantes sobre a gravidade da pornografia deepfake.
Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação em dezembro do ano passado, com mais de 2 mil alunos do ensino médio e fundamental, revelou uma falta de conscientização sobre os crimes relacionados ao deepfake. Quando perguntados sobre as causas dos crimes sexuais de deepfake, 54% dos alunos citaram "apenas por diversão" como principal motivo.
O assédio também pode assumir outras formas, diz Ga-eun, lembrando-se de um incidente ocorrido no ano passado, quando um aluno instalou uma câmera no banheiro feminino das professoras. Ela acrescenta que, na sala de aula, alguns alunos frequentemente fazem comentários sexuais e empurram deliberadamente seus colegas em direção às professoras na tentativa de fazer contato físico.
"Quando tento corrigir esse comportamento, eles dizem: 'Eu só estava brincando' ou 'Foi só uma brincadeira'. Muitas crianças não se dão conta da gravidade da situação. Elas dizem: 'Eu não sabia que isso era realmente um crime'", ela explica.
Yu Ji-woo (nome fictício), uma jovem de 16 anos que diz que uma de suas colegas foi vítima de pornografia deepfake, está intrigada com o fato de não haver uma campanha de educação a nível nacional sobre o assunto.
"Esperávamos que houvesse educação nas escolas de todo o país, independentemente de ter ocorrido um incidente ou não, mas nada aconteceu", diz ela.
Chung Il-sun, diretora do departamento de políticas de igualdade de gênero do Ministério da Educação, afirma que eles consideram os crimes sexuais de deepfake como "um assunto muito sério".
"Enviamos notificações às escolas e aos comitês para garantir que não haja leniência ao lidar com os perpetradores, e que sejam tomadas medidas rigorosas."
Ela disse que o "foco principal do ministério é garantir que eles entendam que não se trata de uma brincadeira, mas de um crime" por meio de educação, campanhas de conscientização e outros esforços.
"O governo, incluindo o Ministério da Educação, tem trabalhado arduamente para comunicar isso, e os alunos agora, em geral, entendem que o conteúdo deepfake é criminoso."
Lee Yong-se, inspetor da Agência Nacional de Polícia da Coreia, disse que foram criadas equipes dedicadas à investigação de violência sexual cibernética nas forças policiais regionais. Os policiais também estão sendo treinados em investigações de crimes cibernéticos e com agentes infiltrados.
A polícia também disse que, como resultado da repressão, o número de casos denunciados caiu de uma média de 17 por dia durante uma semana selecionada em setembro, para dois casos por dia um mês depois.
Jihee deseja poder voltar à vida que tinha antes de ver seu deepfake.
"Se alguém me dissesse que eu podia pagar para voltar no tempo, à época anterior ao incidente, eu pagaria, não importa o preço. Gostaria que essa memória pudesse ser apagada, e que as coisas voltassem a ser como eram antes."
Mas ela também se lembra dos alunos que a avisaram, e deixaram bilhetes de incentivo.
Ga-eun diz que está esperando o dia em que os alunos responsáveis vão vir até ela, e pedir perdão. Como professora, ela entende que é seu dever garantir que eles entendam a gravidade de suas ações.
"Quero ter certeza de que vocês entendam que isso nunca foi apenas uma brincadeira. Acredito que vocês devem ter sentido culpa depois disso. As brincadeiras que vocês fizeram por curiosidade… me causaram muita dor", diz ela, com a voz trêmula.
"Mudou completamente a minha vida."
Com reportagem adicional de Yujin Choi e Hyunjung Kim
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Fies 2025: aprovados podem começar a estudar só em 2026; entenda o caso de alunos de medicina da Uninove

Pé-de-meia: MEC divulga calendário para o ano de 2025
Centenas de estudantes estão sendo informados de que suas matrículas foram postergadas para o segundo semestre de 2025 ou para o primeiro semestre de 2026. Situação é prevista em edital. FIES
Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Quem for convocado para preencher as vagas remanescentes do Fundo de Financiamento ao Estudantil (Fies) até 9 de abril NÃO tem garantia de que vá começar a estudar ainda no primeiro semestre de 2025. A data é o prazo limite para que os convocados da lista de espera preencham as vagas remanescentes do programa.
📆 O Fies é um programa de financiamento de mensalidades em instituições de ensino superior privadas, cuja seleção é feita a partir da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que funciona como um empréstimo. Depois de concluir a graduação, o candidato deverá quitar a dívida, em parcelas proporcionais à sua renda.
Apesar de o programa ter um calendário de pré-seleção e confirmação de documentação próprio, as instituições de ensino têm calendários independentes. Por isso, caso uma instituição considere que os alunos matriculados pelo Fies podem ser prejudicados por conta dos prazos, o início do curso para estes estudantes pode ser postergado por até dois semestres.
É o que está acontecendo, por exemplo, com candidatos aprovados para o curso de Medicina na Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo. Estudante de diversos campi estão sendo informados de que suas matrículas foram prorrogadas para o segundo semestre de 2025 ou para o primeiro semestre de 2026.
Segundo relatos feitos nas redes sociais, os candidatos precisam assinar um requerimento de postergação para garantir o financiamento no semestre indicado pela universidade.
O g1 procurou a Uninove para saber quantos estudantes tiveram suas matrículas postergadas e qual a orientação para estes casos, mas não teve resposta até a publicação da reportagem.
Relatos apontam que mais de 130 estudantes de pelo menos quatro campi tiveram as matrículas adiadas para o segundo semestre de 2025, e pelo menos outros 86 alunos de outras duas unidades devem iniciar o curso em 2026.
O edital do Fies prevê que a postergação da matrícula pode ocorrer:
Excepcionalmente, nos casos em que a matrícula do candidato pré-selecionado for incompatível com o período letivo da IES [instituição de ensino superior] , o que pode resultar em sua reprovação por faltas, (…) essa Comissão deverá registrar a referida inscrição no sistema SisFies e postergar a sua conclusão para o semestre ou ano letivo seguinte, considerada a organização dos ciclos acadêmicos adotada para o respectivo curso/turno/local de oferta/IES.
Procurado pelo g1, o Ministério da Educação (MEC) não indicou nenhum problema no procedimento realizado pela universidade. "A postergação da inscrição é um procedimento específico de cada instituição de ensino". que participa do Fies, uma vez que é necessário considerar as diferenças dos calendários acadêmicos que cada instituição possui", disse a pasta em nota. [Veja a íntegra mais abaixo].
Para garantir a vaga nos próximos semestres, os candidatos que tiverem suas matrículas postergadas deverão reenviar a documentação quando solicitado, e estarão sujeitos a uma nova análise, de acordo com um novo edital do programa que ainda deve ser publicado.
Datas do Fies 2025
Resultados (pré-selecionados): 18 de fevereiro.
Complementação das inscrições dos pré-selecionados: 19 a 21 de fevereiro.
Convocação da lista de espera: 25 de fevereiro de março a 9 de abril.
O que diz o MEC
A postergação da inscrição é um procedimento específico de cada instituição de ensino que participa do Fies, uma vez que é necessário considerar as diferenças dos calendários acadêmicos que cada instituição possui. Nesse contexto, também existem outras instituições que realizaram esse procedimento ou ainda podem postergar a inscrição dos estudantes pré-selecionados no Fies para o 1° semestre de 2025, de acordo com o que está previsto no edital. Conforme o subitem 9.1.2 do Edital nº 3, de 15 de janeiro de 2025, os estudantes que tiveram a inscrição postergada para os próximos semestres letivos do curso, ou seja, 2° semestre de 2025 ou 1° semestre de 2026, deverão aguardar o prazo para a complementação das inscrições postergadas e dar continuidade aos seus processos até a contratação do financiamento. As datas dos períodos para realização do procedimento de complementação das inscrições postergadas, conforme já previsto no edital citado, serão definidas nos próximos editais dos processos seletivos do Fies, tanto aquele para o segundo semestre de 2025 como também para o primeiro semestre de 2026. A pré-seleção estará condicionada ao atendimento dos demais requisitos, prazos e procedimentos para concessão do financiamento.
VÍDEOS DE EDUCAÇÃO E PODCAST
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Pé-de-meia: MEC divulga calendário de pagamentos para o ano de 2025

Pé-de-meia: MEC divulga calendário para o ano de 2025
Programa do governo federal paga bônus a estudantes como incentivo contra a evasão escolar. Por meio do Pé-de-Meia, o estudante recebe um incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado em qualquer momento
Divulgação/Governo Federal
O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta sexta-feira (28) as regras e o calendário de pagamento do programa Pé-de-meia para 2025.
📚O programa oferece incentivo financeiro para estudantes do ensino médio. Entre os objetivos do programa estão combater a evasão escolar no ensino médio e diminuir a desigualdade no acesso à universidade e ao mercado de trabalho.
O primeiro incentivo, que é o de matrícula, no valor de R$ 200, será pago entre e 31 de março a 7 de abril.
Já o incentivo de frequência, no valor total de R$ 1.600, será feito em nove parcelas. Veja os prazos na tabela a seguir:
Calendário de pagamento
Segundo o governo federal, o benefício conclusão, que é pago quando o aluno é aprovado e faz o Enem, no valor de R$ 1,2 mil, vai ser pago de 26 de fevereiro a 5 de março de 2026.
Incentivo para o EJA
Os alunos inscritos na Educação para Jovens Adultos (EJA) também têm direito ao incentivo. Segundo o ministério, o valor é de R$ 900 pago em quatro parcelas:
Calendário de pagamento do EJA
O que é o pé-de-meia?
O Pé-de-Meia é um programa do Governo Federal criado em 2024 para combater a evasão escolar no ensino médio, estimulando a permanência e conclusão na etapa escolar por meio de um auxílio financeiro.
São elegíveis estudantes de baixa renda da rede pública, de 14 a 24 anos, de famílias inscritas no CadÚnico. Além disso, os alunos devem:
possuir CPF;
estar cadastrados no CadÚnico (instrumento do governo federal para coleta de dados de pessoas em vulnerabilidade);
ter se matriculado no início do ano letivo;
alcançar frequência escolar de pelo menos 80% das horas letivas;
participar do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Os alunos elegíveis recebem:
R$ 200 reais pagos pela matrícula no início do ano letivo.
R$ 1.800 pagos em 9 parcelas ao longo do ano.
R$ 1.000 de bônus pela aprovação no final do ano letivo.
R$ 200 pela realização do Enem no último ano do ensino médio.
Para terem direito ao bônus, é exigido que:
não tenham sido reprovados no fim do ano letivo;
façam o Enem no fim do 3º ano do ensino médio.
Alunos que não receberam bônus do Pé-de-Meia devem procurar diretoria da escola
Pagamento de R$ 1,2 mil liberado para alunos aprovados
Os alunos beneficiados pelo programa Pé-de-Meia que concluíram o ensino médio e participaram do Enem em 2024 já podem sacar os bônus de R$ 1.200. Com esse último pagamento, estes estudantes terão recebido até R$ 3,2 mil reais por seu último ano na etapa escolar.
Aqueles que ainda não receberam o bônus de R$ 1.000 pela aprovação devem procurar a diretoria da escola responsável ou outra autoridade da rede de ensino, de acordo com o Ministério da Educação.
Segundo a pasta, o valor pode não ter sido depositado caso a rede de ensino ainda não tenha enviado para o MEC os dados da aprovação do estudante.

Pé-de-meia: MEC divulga calendário para o ano de 2025

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta sexta-feira (28) as regras e o calendário de pagamento do programa Pé-de-meia para 2025.
O programa oferece incentivo financeiro para estudantes do ensino médio. Entre os objetivos do programa estão combater a evasão escolar no ensino médio e diminuir a desigualdade no acesso à universidade e ao mercado de trabalho.
Período de pagamento – Incentivo Frequência