Como a ciência pode te ajudar a comprar o presente certo de Natal

‘Meus implantes nos seios me fizeram sentir que ia morrer’
Pesquisas mostram que dar um presente ruim pode prejudicar seus relacionamentos; mas experimentos chegaram a conclusões que podem ajudar a fazer uma boa escolha. Como você pode garantir que vai escolher algo que seu presenteado adorará?
Getty Images/BBC
Estamos na época das listas de presentes de fim de ano. Você precisará ver quem vai presentear — mas também quanto vai gastar e, o mais importante, o que dar.
Embora dar presentes possa deixar você feliz e até fortalecer relacionamentos, um presente não muito bom pode ter o efeito inverso.
"Escolher o presente errado pode ser meio arriscado para os relacionamentos, porque diz que vocês não têm nada em comum", diz Elizabeth Dunn, professora de psicologia da Universidade da British Columbia, no Canadá, e coautora de "Happy Money: The Science of Happier Spending" ("Dinheiro Feliz: A ciência de gastar com alegria", em tradução livre).
Sua pesquisa também mostrou que presentes indesejáveis às vezes podem impactar negativamente a percepção do receptor sobre o futuro do relacionamento.
Para evitar que seu presente cause mais danos que benefícios, como garantir que você esteja dando um presente que agrade? A psicologia pode ter a resposta.
Não se preocupe com o preço
Um presente caro pode funcionar?
Pesquisas demonstraram que gastar mais nem sempre garante um presente bem recebido. Um estudo constatou que, quanto mais caro um presente, mais a pessoa que o dava esperava que os presenteados o apreciassem. Mas, embora os doadores pensassem que o alto gasto seria levado em consideração, constatou-se que os que receberam o presente não associaram o preço a seu nível de satisfação.
"Parece bastante intuitivo que, se você gastar mais, terá um presente melhor. Acontece que não há evidências de que os destinatários sejam sensíveis ao custo de um presente", diz Jeff Galak, professor associado de marketing da "Carnegie Mellon Tepper School of Business", na cidade americana de Pittsburgh.
Galak, que estuda o comportamento do consumidor e a tomada de decisões, reconhece que talvez você tenha de gastar um determinado valor devido à tradição ou às expectativas. Mas, uma vez atingido esse piso, "não importa se você compra algo mais valioso", diz ele. O presente em si é o que mais importa.
Panetone com sabores que são um presente comum neste fim de ano
Acervo Bom Brasileiro
Pense a longo prazo
Galak diz que o truque para dar um grande presente é pensar além do momento fugaz de realmente entregá-lo, um conceito que ele e seus colegas Julian Givi e Elanor Williams notaram ser um tema comum nos estudos sobre presentes.
"Quando as pessoas dão presentes, estão pensando no momento em que o darão e verão o sorriso no rosto do destinatário naquele momento", diz Galak. "Mas o que interessa aos destinatários é o valor que eles obterão por um período mais longo."
Em outras palavras, pode não ser empolgante assistir a um amigo ou membro da família abrir o presente de uma assinatura de um serviço de streaming de filmes, portanto, é menos provável que você o faça. Mas um destinatário pode realmente amar isso, já que é um presente que pode ser desfrutado com frequência ao longo do tempo.
Esqueça a singularidade
Galak também sugere que não se preocupe muito em dar o presente mais original do mundo. Às vezes, algo que muitas pessoas desejam pode ser exatamente o que a pessoa também deseja.
Um estudo mostrou que temos a tendência de focar nos traços e na personalidade únicos de um destinatário ao presenteá-los. Mas essa especificação nos leva a ignorar outros aspectos de seus desejos e necessidades, o que pode nos fazer comprar um presente inferior. Também tendemos a querer comprar presentes diferentes para várias pessoas, mesmo que todos fiquem mais felizes com a mesma coisa.
Para se sentir boas presenteadoras, as pessoas erroneamente sentem que precisam diversificar os presentes. Você também pode deixar de comprar algo que possui, porque não quer prejudicar seu próprio senso de individualidade.
Então, sabe aquele tênis que seu amigo ama? Não deixe de dar um par igual só porque você quer ser único.
Moradores de Itapetininga compram presentes para o Natal
Reprodução/TV TEM
Comprar com base em interesses compartilhados
Para comprar melhor, Dunn, professor de psicologia, sugere começar com algo que você tem em comum com o destinatário. Ela diz para você se concentrar no que vocês compartilham e escolher um presente a partir daí.
"As pessoas são melhores em escolher algo para si mesmas", diz ela, "então se você tem algo em comum com alguém, compre algo da mesma afinidade, porque algo que você gostaria provavelmente será algo que eles gostam".
Para um presente ainda melhor, pense em um interesse comum que você compartilha com a pessoa e compre algo que seu destinatário possa viver — por exemplo, ingressos para shows ou uma aula de culinária. A pesquisa também mostrou que presentes oferecendo experiências podem aproximar você e o destinatário, mesmo que você não aproveite da experiência com ele.
Pergunte o que eles querem
Se você não tem nada em comum com a pessoa, Dunn recomenda apenas perguntar ao destinatário o que ele deseja. De fato, pesquisas mostram que as pessoas apreciam mais os presentes que pedem do que os que não pedem.
"As pessoas querem ser criativas e surpreender o destinatário", diz Dunn, "mas o melhor presente será o que elas disserem que querem ganhar".
Galak concorda que a maneira mais simples de fazer uma pessoa feliz com um presente é perguntar o que ela quer. Mas ele sabe que bons presentes devem ser uma "surpresa" — mesmo que a ciência tenha refutado isso.
"Perguntar a alguém o que eles querem é visto como um tabu. E isso é uma pena", diz ele. "Todos estaríamos melhor se déssemos às pessoas o que elas querem".
Não pense demais
Não se preocupe muito com a possibilidade de estar dando um presente ruim: presentes realmente ruins são raros.
A menos que seja algo totalmente inapropriado, o destinatário sentirá algum nível de apreciação. Galak diz que, ao longo de sua pesquisa, perguntou a milhares de participantes sobre presentes que receberam e raramente ouviu alguém falar sobre um presente ruim. E mesmo se você der um presente ruim a alguém próximo, poderá ser salvo por sua consideração. Quando alguém dá um presente ruim, isso pode fazer com que o receptor pense no motivo pelo qual o doador o escolheu.
"Quando alguém faz algo intrigante que precisa ser explicado — como dar um presente ruim — é quando você pensa no que está pensando a outra pessoa", diz Nicholas Epley, professor da Booth School of Business da Universidade de Chicago que estuda como nós tomamos a perspectiva de outras pessoas e fazemos julgamentos a partir disso. A pesquisa dele mostra que, se o destinatário achar que você gastou muito tempo fazendo sua seleção, ele será grato pelo esforço dedicado à escolha de um presente, mesmo que indesejado.
Em outras palavras, o velho ditado "o que vale é a intenção" pode realmente ser verdadeiro.
E mesmo se você não der o presente certo, alguém ainda se sentirá bem na situação: você. "Quando as pessoas que estão dando colocam muito esforço em um presente, eles se sentem mais próximos do destinatário", diz Epley. "Mesmo que o destinatário não seja muito afetado pela consideração, o doador é."
VÍDEO: BRASILEIROS PLANEJAM COMPRAR PRESENTES DE NATAL
Mais da metade dos brasileiros endividados no Natal passado planeja comprar presentes

6 causas surpreendentes da dor de cabeça

‘Meus implantes nos seios me fizeram sentir que ia morrer’
Do sono à faxina, há situações que podem despertar fortes incômodos — apesar de provavelmente muitas pessoas não perceberem estas causas. Do sexo à faxina, a dor de cabeça pode aparecer para certas pessoas
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Para alguns, chegar ao clímax em um encontro sexual nem sempre é sinônimo de prazer.
Para outros, comer um simples sorvete também pode causar problemas.
É que ambas as situações podem levar algumas pessoas a sentir uma forte dor de cabeça. Muitos, no entanto, não se deram conta da relação de causa e efeito nesses momentos.
Confira algumas situações que, a princípio, deveriam ser prazerosas, como as mencionadas acima, ou não tanto, como faxinas — que podem causar dores de cabeça.
1. Sexo
É comum ver com certo humor quando dores de cabeças são usadas por mulheres como desculpa para conter investidas indesejadas de um parceiro.
Mas, segundo a sexóloga australiana Margaret J. Redelman, autora do artigo "What if the 'sexual headache' is not a joke?" ("E se a 'dor de cabeça sexual' não for uma piada?"), publicado no periódico British Journal of Medical Practitioners, essas dores na cabeça associadas ao sexo "podem ser qualquer coisa, menos uma piada".
A International Headache Society (IHS) é uma organização britânica sem fins lucrativos que ajuda as pessoas que sofrem de dor de cabeça. Segundo a entidade, a dor durante o sexo já recebeu alguns nomes diferentes na literatura especializada:
A organização descreve essa manifestação geralmente começando "como uma dor bilateral que aumenta acompanhando a excitação e que, de repente, se intensifica no orgasmo, mesmo sem qualquer distúrbio intracraniano (observado)".
A intensidade da dor "abrupta e explosiva" pode ocorrer mesmo um pouco antes da chegada ao orgasmo.
Tomar um analgésico algumas horas antes pode bloquear a dor na hora do sexo
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Essa dor de cabeça pode durar de alguns minutos a 72 horas, com uma intensidade média.
De acordo com o Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), "os médicos acreditam que as dores de cabeça sexuais se devam a uma pressão que se acumula nos músculos da cabeça e pescoço" conforme avança a relação sexual.
Embora o NHS reconheça que esse tipo de dor de cabeça é inconveniente, esclarece que elas "geralmente são inofensivas e não significam que o sexo deva ser evitado".
Tomar um analgésico algumas horas antes pode bloquear essa dor intrusa. No entanto, solicitar ajuda especializada é sempre o melhor passo a seguir.
2. Sono
Se você costuma já acordar com uma forte dor de cabeça, pode ser que algo esteja acontecendo durante seu sono para acioná-la.
Muitas pessoas não sabem que sofrem de bruxismo noturno, um hábito involuntário de cerrar os maxilares ou ranger os dentes sem qualquer finalidade funcional. A contração dos músculos da mandíbula pode causar dor de cabeça.
O bruxismo em sua versão mais leve é mais frequente do que parece e afeta crianças e adultos. Segundo o cálculo de um estudo publicado em 2013, a prevalência de bruxismo noturno na população adulta é de aproximadamente 12%.
"Ranger os dentes é cerca de 40 vezes mais potente que mastigar", explicou Nigel Carter, da fundação British Oral Health, à BBC.
A melhor maneira de resolver isso é ir ao dentista para colocar um protetor bucal que resguarde os dentes enquanto dormimos.
Equilíbrio do sono é fator importante para a medicina do estilo de vida
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3. Faxina
Desta vez, não tem nada a ver com uma desculpa para a preguiça: é um fato que, para algumas pessoas, limpar a casa pode dar dores de cabeça.
"Os produtos de limpeza doméstica, bem como perfumes e purificadores de ar aromatizados, contêm produtos químicos que podem levar à dor de cabeça", diz o NHS, recomendando que neste caso tais produtos sejam evitados.
"Se você é suscetível (…) a certos odores, evite perfumes, sabonetes, xampus e condicionadores com aromas fortes".
Faxina pode causar dores de cabeça
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"Se o perfume de um colega está incomodando, coloque um ventilador em sua mesa", acrescenta.
O serviço de saúde britânico recomenda ainda, para pessoas assim, que as janelas sejam abertas durante a faxina.
Um estudo do Departamento de Ciências Clínicas da Universidade de Bergen, na Noruega, já indicou que o uso regular de certos produtos de limpeza pode ter efeitos prejudiciais nos pulmões.
4. Iluminação
Luzes muito fortes ou brilhantes, especialmente as que piscam, podem causar enxaquecas.
Isso ocorre porque elas acionam certas substâncias químicas no cérebro, que então "ativam o centro da enxaqueca", explica o NHS.
O órgão de saúde recomenda que pessoas que sofram disso usem óculos de sol dentro e fora de ambientes internos. Lentes polarizadas também são uma opção.
"No trabalho, ajuste o monitor do computador ou coloque uma tela protetora antirreflexo. Você também pode desligar certas luzes ou movê-las. Se não puder, mude de lugar no escritório. As luzes fluorescentes tendem a piscar. Se possível, substitua-as por outro tipo de iluminação."
Foi exatamente o que William, um jornalista da BBC, fez.
"No meu escritório, eles instalaram uma luz branca forte, intensificada pelo direcionamento do foco", diz ele.
"Eu sofro de enxaqueca ocular e zumbido [nos ouvidos], duas condições relacionadas. A luz estimulou essas condições, especialmente a enxaqueca ocular que interfere na minha visão e diminui o meu campo visual."
"Pedi que reduzissem a intensidade da luz ou mudassem a direção do foco. No fim, elas foram desconectadas completamente."
5. Sorvete
"Você sente uma dor aguda e pulsante na testa quando come um sorvete? Então você é suscetível a dores de cabeça causadas pelo alimento frio que se move pelo palato e por trás da garganta. Picolés e bebidas geladas têm o mesmo efeito", diz o NHS.
Segundo a Harvard Health Publishing, a publicação da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, quando o sorvete toca essas partes da boca, faz com que "pequenos vasos sanguíneos nessas áreas se contraiam e depois se expandam rapidamente".
"Os receptores de dor [localizados] próximos aos vasos sanguíneos detectam desconforto e enviam a mensagem, através de pequenas fibras nervosas, para um nervo maior, que, por sua vez, envia o sinal para o cérebro."
A boa notícia é que, segundo o NHS, as dores de cabeça surgidas quando se come sorvete não precisam de tratamento.
"Elas terminam em um instante, raramente durando mais de um minuto ou dois."
Sorvete
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6. Postura
Ainda de acordo com o NHS, a má postura causa "tensão na parte superior das costas, pescoço e ombros, o que pode gerar dor de cabeça".
"Tradicionalmente, a dor é sentida de forma latejante na base do crânio e às vezes chega ao rosto, especialmente na testa."
O principal conselho é evitar ficar na mesma posição por um longo tempo.
Sente-se em linha reta e verifique se a região lombar está bem sustentada, acrescenta o órgão de saúde.
E se você é daqueles que segura o telefone entre a orelha e o ombro enquanto escreve, o NHS recomenda que você pare com isso, porque essa posição causa tensão nos músculos.
Se você acredita ter problemas de postura, procure um profissional de saúde para identificar a melhor maneira de corrigir isso — porque uma dor de cabeça pode ser apenas uma das várias consequências disso.
VÍDEO: DICAS DE COMO TER UMA POSTURA MELHOR
Má postura provoca desvios e dores

Astrônomo brasileiro ganha prêmio de US$ 8,5 mil para equipar telescópio que busca ameaças à Terra

‘Meus implantes nos seios me fizeram sentir que ia morrer’
Já houve casos de pequenos asteroides serem identificados numa noite e, dois dias depois ele cair na Terra. A ideia é que se algum desses for grande o suficiente para causar alguma tragédia, a rede dispara um alerta para que os habitantes da região do impacto possam ser removidos.
Telescópio usado no Observatório Campos dos Amarais (OCA)
Leonardo Amaral/Arquivo pessoal
Já ouviu alguém brincar dizendo que só a colisão de um asteroide ou um meteoro na Terra poderia resolver a situação? Pois então, eles existem e fazem parte de uma classe de objetos conhecida como Objetos Próximos da Terra, ou NEOs, na sigla em inglês.
São, na verdade, cometas e/ou asteroides que têm sua menor distância até o Sol inferior a 240 milhões de quilômetros, o que é um pouco menos que a distância entre o Sol e Marte. Se um objeto desses chegar a cruzar a órbita da Terra e tiver mais de 140 metros de tamanho, é considerado um Objeto Potencialmente Perigoso (ou PHO, em inglês).
Astrônomos observam pela primeira vez 'café da manhã' de um buraco negro
O interesse pelos NEOs e mais ainda pelos PHOs é óbvia: algum deles de fato pode no futuro acabar se chocando com a Terra.
Hoje são conhecidos mais de 20 mil NEOs e uns 10%, por volta de 2 mil, são considerados PHO. Esses 20 mil objetos são monitorados por uma extensa rede de observatórios no mundo todo. A grande cobertura territorial faz com que sempre exista um observatório operando a qualquer hora: enquanto é dia na Ásia, é noite nas Américas, e assim vai. Mais um dos benefícios de a Terra não ser plana…
As estimativas de quem trabalha na área mostram que devem existir uns 10 milhões de NEOs, ou seja, não conhecemos nem 1% do total. Muitos desses objetos têm órbitas que vão além de Júpiter e quando eles passam por lá, a influência gravitacional principal vem dos planetas gigantes.
Isso pode causar perturbações que alteram aos poucos a órbita desses asteroides. Ao longo dos séculos, a acumulação dessas perturbações pode alterar a órbita de um asteroide a ponto dele vir a se chocar com um planeta. Na maioria dos casos, a mudança na órbita leva o asteroide a cair no Sol ou ser engolido por Júpiter. A ideia do monitoramento é justamente avaliar as pequenas mudanças nos parâmetros orbitais, atualizando as órbitas ano a ano para identificar casos realmente perigosos.
Outro objetivo da rede é descobrir novos NEOs e PHOs, pois pode ser que alguns deles passaram a maior parte do tempo em regiões muito distantes e não puderam ser observados. Como eles refletem a luz do Sol e são pequenos, precisam estar perto para serem detectados.
Já houve casos de pequenos asteroides serem identificados numa noite e, dois dias depois, ele cair na Terra. A ideia é que se algum desses for grande o suficiente para causar alguma tragédia, a rede dispara um alerta para que os habitantes da região do impacto possam ser removidos.
A rede de vigilância inclui muitos observatórios “amadores” trabalhando em conjunto com os observatórios profissionais. Eu digo “amador” apenas pelo fato dos observadores não serem contratados como astrônomos, porque na verdade o trabalho de muitos deles é mais cuidadoso do que muito “profissional” por aí. E para premiar e motivar o trabalho do pessoal amador, a Sociedade Planetária, uma entidade particular de pesquisas fundada pelo astrônomo Carl Sagan, oferece um prêmio anual aos integrantes da rede de observação.
O prêmio tem o nome de Eugene Shoemaker, o geólogo que simplesmente criou a disciplina de geologia planetária. Todo ano, um painel de astrônomos e geólogos recebe propostas enviadas pelos observatórios para receber ajuda financeira objetivando melhorar os equipamentos.
Em particular, o prêmio vai para observadores que contribuem significativamente na caracterização física dos asteroides, como a taxa de rotação ou se o asteroide é duplo por exemplo, mas também premia observadores que fazem acompanhamento dos asteroides para melhorar seus parâmetros orbitais.
Ao longo de 22 anos de prêmio, já foram distribuídos 440 mil dólares entre 62 ganhadores de 19 países. Esse ano o prêmio foi de quase 58 mil dólares distribuídos entre 6 observatórios.
E um deles é brasileiro!
Leonardo Amaral opera o Observatório Campos dos Amarais (OCA) no oeste do estado de São Paulo. O OCA abriga um telescópio de 30 cm de diâmetro e é um dos mais produtivos da rede de busca de NEOs.
Só em 2019, Amaral descobriu 3 NEOs que, pela posição deles no céu, não poderiam ser descobertos pelos observatórios situados no hemisfério norte. Além disso, acompanhou vários outros objetos, fornecendo dados para melhorar seus elementos orbitais.
Leonardo Amaral
Arquivo Pessoal
Segundo Amaral me explicou, sua configuração atual, que inclui telescópio e montagem (pedestal e motor), permite apenas que ele faça imagens com tempos de exposição entre 30 e 60 segundos. Isso limita a observação a objetos com magnitude 19, que é bem fraco, mas que poderia ser melhor pelo tamanho do telescópio.
O problema é que a montagem, que faz o acompanhamento do objeto impedindo que ele apareça como um traço na imagem, tem um limite de peso para sustentar. Segundo Amaral, a atual montagem já está operando nesse limite.
A proposta que Amaral enviou à Sociedade Planetária visa adquirir uma montagem mais robusta, que possa sustentar o atual telescópio sem operar no limite, como atualmente. Dessa maneira, será possível dobrar os tempos de exposição, alcançando objetos ainda mais fracos. Além disso, a montagem proposta seria capaz de aguentar um telescópio maior que, num futuro upgrade, poderia receber um telescópio de 40 cm.
A proposta de Amaral foi agraciada com cerca de US$ 8.500, que vão financiar a nova montagem. Com ele também foram premiados dois observatórios na Itália, dois nos Estados Unidos e um na Croácia.
A rede global de monitoramento de NEOs conta com mais 2 observatórios brasileiros que desempenham um papel muito importante, pois junto com um observatório no Uruguai, cobrem o céu austral enquanto os observatórios na Austrália estão fechados. Sem mencionar que existem quase 5 vezes mais observatórios no hemisfério norte do que no hemisfério sul.
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Professora se veste de ‘corpo humano’ para ensinar alunos sobre órgãos e músculos

‘Meus implantes nos seios me fizeram sentir que ia morrer’
A espanhola Verónica Duque ganhou as redes sociais com sua fantasia educativa. 'É difícil para as crianças imaginar as coisas em três dimensões', explica. Professora espanhola Verónica Duque ensina sobre o corpo humano com fantasia
Reprodução/Twitter
Uma professora de crianças com 8 e 9 anos ganhou as redes sociais por sua inovação na forma de ensinar Ciências: se vestiu de "corpo humano", com uma fantasia que mostra a posição dos órgãos internos e dos músculos.
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"É muito difícil para as crianças imaginar as coisas em três dimensões, por mais que vejam em vídeos e livros", disse a professora Verónica Duque, de 43 anos, ao jornal espanhol "La Vanguardia".
Ela dá aulas de ciências naturais, sociais, arte, inglês e espanhol a crianças do terceiro ano, em Valladolid, na Espanha, no colégio María Teresa Íñigo de Toro.
Professora Verónica Duque veste fantasia de corpo humano para ensinar os alunos, na Espanha
Reprodução/Twitter
Ela contou, ainda, ao jornal, que encontrou a fantasia em um site de vendas na internet. "Pareceu ser uma boa ideia e comprei duas peças em setembro. Guardei no armário até que tive que dar esse tema na segunda-feira na aula de [ciências] naturais", disse.
Segundo a reportagem, nenhum aluno esperava essa surpresa da professora. Ela entrou na sala coberta com um roupão e as crianças se assustaram quando ela o tirou. "Eles ficaram impactados", brinca, contando que logo em seguida explicou que a ideia era ensinar "o que temos por dentro".
Uma colega gravou vídeos e fotografou a aula, postada no Twitter pelo marido de Verónica Duque, Michael, orgulhoso da criatividade de sua esposa. O tuíte teve milhares de compartilhamentos.
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‘Meus implantes nos seios me fizeram sentir que ia morrer’

‘Meus implantes nos seios me fizeram sentir que ia morrer’
Milhares de mulheres dizem que desenvolveram sintomas como alergias, insônia e dor crônica após colocar transplantes de silicone. Mas não há consenso médico sobre a existência de uma doença relacionada a implantes. Milhares de mulheres dizem que desenvolveram sintomas como alergias, insônia e dor crônica após colocar transplantes de silicone
Malene El Rafaey/Via BBC
"Eu pensei que estava morrendo, tinha algo horrível acontecendo e ninguém me ouvia."
Malene El Rafaey era uma modelo bem-sucedida, com contratos com revistas masculinas como FHM, Playboy e o tabloide Daily Star. Mas ela nunca se sentiu satisfeita com os seus seios.
Por isso, quando tinha 25 anos, decidiu colocar implantes. No início, Malene amou o resultado, mas seis anos depois começou a ter sérios problema de saúde.
"Eu não conseguia levantar da cama de manhã. Não conseguia trabalhar, só dormir o dia todo", disse Malene ao Newsbeat, programa de rádio da BBC. Ela também desenvolveu diversas alergias.
"Sabonete líquido, cremes… Até comer um pedaço de pão podia provocar uma reação alérgica de pele imediata. No final, eu praticamente parei de comer."
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Malene diz que estava sofrendo do que é conhecido como doença do implante de seios ou doença do implante de silicone. Milhares de mulheres acreditam sofrer dessa condição. O problema é que não há consenso médico sobre a existência dessa doença.
Pela primeira vez, porém, três grandes associações de cirurgia plástica decidiram que irão alertar mulheres dos riscos associados a implantes de seios.
A Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos (BAAPS), a Associação Britânica de Cirurgias Plásticas, Estéticas e Reconstrutivas (BAPRAS) e a Associação de Cirurgia de Seios (ABS) disseram ao Newsbeat, num comunicado, que a questão da doença do implante de seios "deve ser discutida com mulheres que planejam colocar próteses de silicone".
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BBC
O que é a 'doença dos implantes de seios'?
Por enquanto, essa doença é autodiagnosticada. Os sintomas mencionados por quem sofreu da condição- a maioria relacionados com sistema imunológico – são diversos.
Eles incluem fadiga, dor no peito, perda de cabelo, dores de cabeça, calafrios, dor crônica, insônia e sensibilidade à luz.
Mas essa doença não é oficialmente reconhecida pela comunidade médica. A Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos (BAAPS) diz que não há evidência científica de ligação entre os sintomas mencionados acima e implantes de silicone.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica também diz que "até o momento, o conhecimento científico da especialidade indica que não há estudos concretos ou baseados em evidências ou dados revisados por pares sobre a formação de uma nova síndrome, a doença do implante de silicone".
Pesquisas sobre o tema estão sendo priorizados em países como Austrália e Estados Unidos, onde alguns cientistas afirmam que a doença de implante de silicone é uma forma autoimune de enfermidade – quando o sistema imunológico ataca, por engano, células e órgãos do corpo.
O professor de Medicina e Imunologia da Universidade de Maastricht Jan Cohen-Tervaert passou mais de 25 anos pesquisando esse assunto.
"Temos evidências suficientes para mostrar que a doença do implante de seios é causada pelos implantes de silicone", defende. "Eles podem causar uma reação do organismo a um corpo estranho e é possível ver que o sistema imunológico é ativado nesses casos."
A FDA, agência americana que regula alimentos e medicamentos, recentemente pediu que alertas sobre os riscos associados a implantes de silicone nos seios sejam incluído nos pacotes que contêm os implantes.
A agência americana também reconhece que algumas mulheres que passam por esse tipo de cirurgia podem ter "sintomas que deixam de existir após a remoção dos implantes de seio".
Falta de apoio médico
Uma reclamação comum entre mulheres que dizem ter a doença dos implantes de silicone é de falta de apoio quando buscam ajuda médica.
Malene diz que precisou procurar ajuda na internet. "Eu descobri o que eu tinha quando uma menina no Instagram me contou sobre um grupo do Facebook. Eu percebi: 'Meu Deus, tenho essa doença do implante de seios. São os meus implantes'", relata.
Jan Cohen-Tervaert diz que países que não reconhecem a existência dessa doença erram ao não alertar as mulheres sobre os riscos de desenvolveram sintomas após colocar implantes de silicone.
"As mulheres têm o direito de saber. A informação é crucial."
Malene sentia tanta dor que decidiu remover os implantes de silicone. "Minhas alergias desapareceram. Hoje em dia eu nem me importo com o tamanho dos meus seios, porque estou feliz e saudável. Acho que é isso que as mulheres querem", disse.
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