Buraco negro, veneno de cobra, Guerra Mundial e hormônios: o que você ainda lembra da época de escola?

Neste 15 de março, Dia da Escola, um quiz rápido de 8 perguntas testa sua memória sobre os conteúdos aprendidos no colégio. 🤔Você ainda sonha que está na escola e que não consegue resolver nenhuma pergunta da prova? Sabemos que esse tipo de pesadelo acaba com a noite de sono de qualquer adulto. Mas o g1 está aqui justamente para tirar os leitores do mundo da fantasia e trazê-los para a realidade. A verdade pode doer, mas… de 8 questões sobre conteúdos da época do colégio, quantas você é capaz de acertar?
Neste 15 de março, Dia da Escola, teste seus conhecimentos (e sua memória):
O que você ainda lembra da época de escola?
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Inep libera versão digitalizada do texto das redações nota mil do Enem 2024

Dificuldade de diagnóstico, estereótipos e outros desafios: os relatos de pessoas com superdotação

Enem 2024: ‘Espelhos’ da redação são divulgados; leia texto que obteve nota mil
Muitas vezes vista como um "superpoder", a superdotação pode acabar virando um obstáculo na vida social do superdotado. Esqueça os pequenos gênios que você vê fazendo contas mirabolantes de cabeça. A superdotação é muito mais que o estereótipo mostrado na TV, que faz com que os próprios superdotados duvidem de sua condição.
"Quando imaginava altas habilidades, sei lá, que fosse aquele geniozinho", afirma Tales Nasir em um vídeo no TikTok.
Para complicar, muitos traços da condição também aparecem no autismo e/ou no TDAH. E ainda tem gente que tem os dois (ou três) ao mesmo tempo.
"Quando eu fui fazer o meu diagnóstico, vi que não era o TDAH apenas, né? Tinha a superdotação. E aí eu fui colocar ali a lista de sintomas. São basicamente os mesmos", diz Tatiana Guimarães, superdotada e fundadora da PEN Educação.
"Problema com ruído demais, barulho demais. Às vezes, no banho, sente cheiro na água que ninguém nunca sentiu. E, como o sistema sensorial é conectado diretamente com o centro emocional do cérebro, isso acaba trazendo uma irritabilidade, um cansaço, uma sobrecarga. Muitos sentimentos que são negativos, mas que não deveriam existir, porque a superdotação era para ser só lindeza, mas não é", conta Olzeni Ribeiro, doutora em educação de superdotados.
Identificar superdotação em bebês e crianças envolve observar uma série de características que os diferenciam dos demais.
Freepik
É essa imagem exclusivamente positiva que faz com que muitos superdotados ignorem, escondam ou até mesmo neguem sua condição.
"Aí o superdotado fica com vergonha. Se você chega num grupo e fala assim: 'Gente, eu sou superdotada', pronto. Aí começam os olhares", frisa Olzeni Ribeiro.
O que é visto como um "superpoder" acaba virando um obstáculo na vida social do superdotado, que é considerado arrogante por querer saber demais ou se sente excluído por não se interessar por "coisas de criança".
"Quando eu questionava os adultos: 'Por que que tem que ser assim?', 'Por que que ninguém responde às minhas perguntas?', eles não respondiam, não tinham paciência [e diziam]: 'A criança não pergunta, criança estuda, memoriza e vai bem na prova'", explica Tatiana Guimarães.
"Chega num ponto em que o superdotado começa a ter baixo desempenho, porque ele começa a calcular a média [e pensa]: 'Eu não quero me destacar'", comenta Olzeni Ribeiro.
Mas, afinal, o que tem de diferente no cérebro de um superdotado?
"Ele tem a massa cinzenta muito mais expandida do que num cérebro típico. Cabe muito mais informação e favorece a interconectividade entre aquelas regiões cerebrais. Então, existe uma comunicabilidade intensa, ágil, potencializada por um sistema de memória absurdo", observa Olzeni Ribeiro.
Aqui no Brasil, são usadas oficialmente duas nomenclaturas para a mesma condição: superdotação e altas habilidades. Mas, para Olzeni, este segundo termo complica as coisas.
"Na legislação, altas habilidades ou superdotação é exatamente a mesma coisa. Não existe diferença nem de índice de QI, de característica nenhuma. Mas precisa ser mudado, porque a habilidade é algo treinável. Qualquer pessoa que tem paixão por alguma área e se dedica profundamente desenvolve uma habilidade muito superior. Mas isso não é a condição do neurodesenvolvimento", acrescenta Olzeni Ribeiro.
Mas, assim como o autismo, a superdotação é um espectro. Ou seja, os traços não necessariamente vão se manifestar da mesma forma e com a mesma intensidade em todos que compartilham da condição. E, para as entrevistadas, o mais importante é que o superdotado seja visto, acima de tudo, como um ser humano.
"Eu acho que a superdotação é apenas mais uma forma de ser no mundo. No fundo, a gente é legal", conclui Tatiana Guimarães.
VÍDEOS DE EDUCAÇÃO

Leia redações nota mil do Enem 2024

Enem 2024: ‘Espelhos’ da redação são divulgados; leia texto que obteve nota mil
Inep libera, em todas as edições, a versão digitalizada do texto entregue pelo candidato. Na edição mais recente, apenas 12 estudantes conseguiram a nota máxima na redação. Candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 já podem consultar os "espelhos" da redação — ou seja, as versões digitalizadas dos textos que eles entregaram no dia da prova. Para acessar o documento, é necessário entrar na Página do Participante, neste endereço.
A disponibilização dos espelhos aconteceu nesta sexta-feira (14), dois meses após a divulgação das notas dos candidatos. Na edição de 2024, apenas 12 participantes tiraram a nota máxima. Esse é o menor número em pelo menos 10 anos de exame.
Os temas mudam a cada ano, mas a estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão com proposta de intervenção) exigida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e os critérios de correção continuam os mesmos.
Em 2024, os candidatos tiveram de escrever sobre:
"Desafios para a valorização da herança africana no Brasil";
e "Desafios para a valorização da arte de periferia no cenário cultural brasileiro" (reaplicação da prova em dezembro, para pessoas privadas de liberdade e para quem teve algum problema previsto em edital na data original).
Abaixo, confira alguns dos textos que conseguiu a nota máxima no Enem 2024.
⚠️Observação: as transcrições abaixo foram fiéis aos textos dos alunos, incluindo possíveis erros de português.
✏️ Danilo Oliveira Batista, de São Luís (MA)
Redação nota mil de Danilo Oliveira Batista, no Enem 2024.
Reprodução.
O "ciclo do ouro" – ocorrido no Brasil no século XVIII – acarretou o aumento do número de escravos provenientes do continente africano no país, trazidos com graves diferenças culturais entre si, sem que fossem levados em consideração os aspectos regionais e sociais de suas origens, ocasionando uma homogeneização forçada de indivíduos. Atualmente, de forma análoga à História Colonial Brasileira, ainda há uma forte tendência à padronização cultural da África, desprezando sua pluralidade e seu legado. Assim, dois grandes desafios para a valorização da herança africana no Brasil devem ser debelados: as políticas públicas ineficazes e as falhas educacionais.
Diante do cenário exposto, as políticas públicas ineficazes possibilitam a desvalorização do legado africano no país, uma vez que elas impedem o estabelecimento concreto de uma revisão histórica pautada em mais oportunidades, proteção e visibilidade para pessoas pretas. Consoante o sociólogo Émile Durkheim, uma sociedade sem regras claras, sem valores e sem limites encontra-se em estado de anomia social. Nesse sentido sociológico, esse estado anômico pode ser observado na hodierna realidade brasileira, na medida em que as políticas públicas ineficientes permitem o desprezo e o desrespeito com as religiões de matriz africana, a desassistência em áreas quilombolas e a ausência de representatividade em propagandas, por exemplo. Com base nisso, uma mudança urgente e pragmática deve ser realizada, visando à transformação dessa conjuntura, de modo a não só valorizar a herança africana no país, como também a protegê-la.
Ademais, as falhas educacionais também constituem-se como importantes fatores que aprofundam o descaso com o legado africano no Brasil. Segundo o filósofo Inmanuel Kant, "o homem é aquilo que a educação faz dele". Sob esse prisma filosófico, essas falhas educacionais solidificam mentalidades alienadas na população, potencializando preconceitos e ratificando equívocos concernentes à cultura africana no país. Nesse viés, a própria formação do cidadão brasileiro – no que tange à África e sua herança – é maculada por noções desprovidas de veracidade e etnocêntricas, corroborando a desvalorização da pluralidade e das "raízes africanas", presentes em campos variados, como a gastronomia, a dança e a religião, representados respectivamente, pelo acarajé, pelo tambor de crioula e pelo candomblé. Então, torna-se imperiosa a correção imediata dessas falhas, no sentido de debelar erros e ampliar visões africanas positivas.
Infere-se, portanto, que as políticas públicas ineficazes e as falhas educacionais configuram-se como os dois desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Nessa ótica, o Governo Federal – órgão máximo responsável pela ordem social – deve ampliar as políticas públicas existentes, tornando-as mais eficazes, por intermédio de uma aliança com o Governo Estadual e o Governo Municipal, com a finalidade de aumentar a proteção, as oportunidades e a representatividade das pessoas pretas. O Governo Federal também deve corrigir as falhas educacionais, por meio da Mídia — grande divulgadora de informações — e da Escola, a fim de mitigar equívocos, ocasionando a valorização do legado africano. Logo, o país possuíra uma estrutura melhor para "dialogar" com a herança da África, longe da padronização impositiva ocorrida durante o "ciclo do ouro" no século XVIII.
✏️ Sabrina Ayumi Alves, de Araçatuba (SP)
Redação nota mil de Sabrina Ayumi Alves, no Enem 2024.
Reprodução
O livro "Nós matamos o cão tinhoso" de Luís Bernardo Honwana retrata a sociedade moçambicana durante a colonização portuguesa. Na obra literária, observa-se uma dinâmica social pautada pela inferiorização dos indivíduos negros, na qual o racismo está enraizado nas interações entre as pessoas, na qualidade de vida e na autoimagem de cada ser. Assim, ao inserir a imagem criada pelo livro no contexto brasileiro de ínfima valorização da herança africana, infere-se que o passado colonial persiste nas estruturas do Brasil, se manifestando a partir do apagamento sistemático da cultura afro-brasileira. Em razão disso, deve-se discutir o papel do Estado no setor escolar e cultural diante desse contexto de silenciamento.
Em um primeiro momento, é necessário entender a relação entre a dinâmica social brasileira e a desvalorização da herança africana. Para fundamentar essa ideia, o filósofo Ailton Krenak afirma que, no Brasil, existem dois grupos — a humanidade, formada pela elite econômica, e a subumanidade, a qual tem seus direitos negados e é constituída principalmente pelas populações marginalizadas socialmente, como os povos originários e os negros. Por conseguinte, entende-se que o apagamento da cultura africana é uma extensão do panorama da desigualdade social brasileira, já que essa desvalorização sistemática silencia as vozes de populações que são violentadas e oprimidas há séculos, o que favorece a manutensão dessas pessoas no grupo da subumanidade. Dessa forma, o Estado deve desenvolver medidas que visem valorizar e apoiar artistas e escritores relacionados à herança africana no Brasil.
Sob outra ótica, a compreensão acerca da importância da ancestralidade na formação da autoimagem e da noção de pertencimento de cada indivíduo é imperativa. Para isso, a filósofa brasileira Marilena Chaui defende a ideia de que, enquanto os animais são seres naturais, os humanos são culturais – ou seja, a cultura em que cada pessoa está inserida compõe a essência desse ser. A partir disso, compreende-se que o silenciamento da herança africana nega a uma grande parte do povo brasileiro a sua própria essência, o que constitui uma violência estrutural e resulta numa noção de não pertencimento generalizada e em uma autoimagem defasada. Frente a isso, o Estado deve agir em prol da promoção de manifestações culturais afro-brasileiras.
Em suma, conclui-se que a desvalorização da cultura africana está diretamente relacionada a um processo sistemático de silenciamento de grupos oprimidos e resulta na falta de pertencimento de muitos indivíduos. Portanto, cabe ao Estado, por meio de uma parceria entre o Ministério da Economia (ME) e o Ministério da Educação e da Cultura (MEC), desenvolver manifestações culturais afro-brasileiras nas escolas, como, por exemplo, peças teatrais e festivais de dança, música e arte, assim como investir financeiramente na promoção de artistas e escritores que têm suas carreiras relacionadas à herança africana. Por fim, essas ações serão responsáveis por impedir o perpetuamento da desvalorização da cultura africana no Brasil.
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Redação Enem 2024: ‘espelhos’ estão disponíveis para consulta

Enem 2024: ‘Espelhos’ da redação são divulgados; leia texto que obteve nota mil
Segundo o Inep, apenas 12 estudantes atingiram nota máxima na redação do Enem em 2024. Folha de rascunho da Redação do Enem.
g1
Candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 já podem consultar, a partir desta sexta-feira (14), os "espelhos" da redação — ou seja, as versões digitalizadas dos textos que eles entregaram no dia da prova. É necessário entrar na Página do Participante, neste endereço.
Redação do Enem: leia 100 textos que tiraram nota mil
Quem são os 12 alunos que tiraram nota mil na redação
Essa etapa é chamada de "vista pedagógica", porque permite que os estudantes entendam os critérios de correção e as notas que receberam em cada uma das cinco competências avaliadas no Enem (mais abaixo, veja quais são elas).
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Trecho de espelho da redação de uma candidata do Enem 2022
Reprodução
Competências avaliadas na redação
A redação do Enem vale 1.000 pontos. Cada uma das competências explicadas abaixo, portanto, representa 200 pontos.
Competência 1 – Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.
Competência 2 – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
Competência 3 – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência 4 – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Competência 5 – Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
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Enem 2024: ‘Espelhos’ da redação são divulgados; leia texto que obteve nota mil

Enem 2024: ‘Espelhos’ da redação são divulgados; leia texto que obteve nota mil
Inep libera, em todas as edições, a versão digitalizada do texto entregue pelo candidato. Na edição mais recente, apenas 12 estudantes conseguiram a nota máxima na redação. Candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 já podem consultar os "espelhos" da redação — ou seja, as versões digitalizadas dos textos que eles entregaram no dia da prova. Para acessar o documento, é necessário entrar na Página do Participante, neste endereço.
A disponibilização dos espelhos aconteceu nesta sexta-feira (14), dois meses após a divulgação das notas dos candidatos. Na edição de 2024, apenas 12 participantes tiraram a nota máxima. Esse é o menor número em pelo menos 10 anos de exame.
Os temas mudam a cada ano, mas a estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão com proposta de intervenção) exigida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e os critérios de correção continuam os mesmos.
Em 2024, os candidatos tiveram de escrever sobre:
"Desafios para a valorização da herança africana no Brasil";
e "Desafios para a valorização da arte de periferia no cenário cultural brasileiro" (reaplicação da prova em dezembro, para pessoas privadas de liberdade e para quem teve algum problema previsto em edital na data original).
Abaixo, confira um dos textos que conseguiu a nota máxima no Enem 2024.
✏️ Danilo Oliveira Batista, de São Luís (MA)
Redação nota mil de Danilo Oliveira Batista, no Enem 2024.
Reprodução.
Esta reportagem está em atualização.
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