Aluna se forma sozinha após ser a única a ‘passar direto’ em todas as matérias da faculdade; ‘Só tinha meu chapéu voando’

Enem 2025 voltará a valer como certificado de conclusão do ensino médio, diz ministro
Isadora Rezende, de 21 anos, ganhou o diploma de bacharel em inovação, na Universidade Federal de Lavras. Com mais dois anos de especialização, ela se formará sozinha de novo — dessa vez, por ser a única interessada em Engenharia de Produção. Jovem se forma sozinha na faculdade: ‘Só tinha meu chapéu voando’
Sabe aquela cena clássica de filmes americanos, quando todos os universitários, usando beca, jogam o chapéu de formatura para cima? Pois bem. Isadora Rezende, de 21 anos, até tentou tirar uma foto desse momento, quando se tornou bacharel em inovação, ciência e tecnologia, na Universidade Federal de Lavras (Ufla). Mas… só havia um chapéu voando. O dela.
Isa não teve de negociar com ninguém sobre quem seria o professor homenageado na colação de grau. E seus pais foram poupados daquela (não tão agradável) experiência de, ao esperar a filha receber o diploma, ouvir centenas de nomes de outros alunos sendo chamados ao palco.
É que Isadora foi a única da turma a se formar no tempo mínimo (3 anos).
“Fui responsável por fazer tudo: o juramento, o discurso, o recebimento do mérito acadêmico… Foi um evento feito só para mim”, brinca.
👩‍🎓Como isso é possível?
Isadora Rezende foi a única da turma a se formar no tempo mínimo
Arquivo pessoal
Na Ufla, a graduação é dividida em duas etapas: três anos de disciplinas básicas, que conferem ao aluno o título de bacharel em inovação, e, em seguida, dois anos de especialização em uma área específica, para gerar um segundo diploma (o de engenheiro).
Isa já havia encarado a experiência de cursar diversas matérias sendo a ÚNICA da turma, porque só ela demonstrou interesse em Engenharia de Produção. Mas a colação de grau do primeiro ciclo envolveria, em tese, os estudantes de todas as outras engenharias.
➡️Só que não é fácil ser aprovado “de primeira” em todas as disciplinas. Isadora foi a única a conseguir. Resultado: formatura solo.
Ela conta que o fato de ter cursado diversas disciplinas 100% sozinha acabou contribuindo para o seu excelente desempenho no boletim acadêmico.
“Meu aproveitamento foi muito melhor nessas matérias do que nas outras. Dava para mostrar todos os meus pontos de dificuldade, tirar as dúvidas e ter atenção especial dos professores só para mim”, diz. “Sei que sou privilegiada por isso. E acho que foi uma chave importante na minha jornada.”
🎉Discurso e comemoração
Em vez de imprimir aqueles tradicionais álbuns de formatura, a universidade optou por disponibilizar todas as imagens do evento na nuvem, por meio de um link do Google Fotos.
E, bem, digamos que tenha sido um “book” da Isadora. Do começo ao fim: mais de 100 fotos e vídeos em que ela brilhou como a única de beca.
O clímax da cerimônia, inclusive, está registrado lá: o momento do discurso de Isadora.
“Ensaiei umas 700 vezes. Mas, assim que falei que gostaria de agradecer aos meus pais, comecei a chorar. Não conseguia me controlar”, diz. “Falei muito sobre não desistir dos nossos sonhos, porque a educação abre portas e traz asas para que a gente consiga voar. Mesmo que sozinha.”
Isadora é a única a jogar para cima o capelo (chapéu de formatura)
Arquivo pessoal
Vídeos
Assista à reportagem do g1 sobre Isadora ser a única aluna de Engenharia de Produção:
Estudante é a única aluna do curso de Engenharia de Produção de universidade em MG

Aluna pede reembolso a universidade após professor usar inteligência artificial para criar material de aula

Enem 2025 voltará a valer como certificado de conclusão do ensino médio, diz ministro
Caso aconteceu em Boston, nos EUA, no início deste ano. Jornal "The New York Times" relatou que a estudante questionou o uso da ferramenta pelo professor colocando dúvida sobre comprometimento da qualidade do curso. ChatGPT
AP Photo/Matt Rourke
Uma aluna de Administração da Universidade Northeastern, em Boston, nos Estados Unidos, pediu reembolso do valor de uma das disciplinas do curso após descobrir que o professor havia utilizado inteligência artificial para compor o material da aula.
O caso, revelado pelo jornal "The New York Times", teria começado em fevereiro, quando a estudante Ella Stapleton revisou um material da aula de comportamento organizacional. Ela teria notado um comando que parecia uma interação do professor com o ChatGPT, inteligência artificial da OpenAI.
Ao jornal, Ella explicou que o material de aula do professor também apresentava texto desconexos, imagens de pessoas com partes do corpo distorcidas e erros de ortografia, o que reforçava a ideia de que o conteúdo havia sido gerado por IA.
Além disso, segundo a estudante, o uso da tecnologia não havia sido informado no material, o que contrariava o programa do curso que proibia "atividades academicamente desonestas", incluindo o uso não autorizado de inteligência artificial ou chatbots.
Northeastern University, em Boston, Massachusetts.
Divulgação
Ella, então, resolveu levar o caso para a coordenação do curso sob o argumento de que se sentia lesada, e que, pelo valor que pagava pela graduação, esperava uma "educação de alto nível".
A aluna teria pedido que instituição a reembolsasse em US$ 8 mil, equivalente a cerca de R$ 45.200 na conversão atual.
Procurada pelo g1, a universidade Northeastern não comentou o caso ou confirmou o pedido de reembolso, mas declarou que permite o uso de IA em seus conteúdos:
"A Northeastern adota o uso de inteligência artificial para aprimorar todos os aspectos de seu ensino, pesquisa e operações. A universidade oferece uma abundância de recursos para apoiar o uso adequado da IA ​​e continua a atualizar e aplicar políticas relevantes em toda a empresa."
Inteligência artificial na educação
Com a popularização de ferramentas de inteligência artificial, o uso na educação, tanto por alunos, quanto por professores, tem se tornado frequente.
No ambiente acadêmico, a prática tem se mostrado um problema, já que aspectos como autenticidade e originalidade são fatores essenciais para as avaliações.
Isso tem estimulado, por exemplo, uma demanda por detectores de textos gerados por IA, o que exige cuidados por professores, pesquisadores e editores.
A função principal dos detectores de textos gerados por IA é analisar vários recursos linguísticos, como estrutura de frases, escolha de palavras e elementos estilísticos.
Ferramentas como Gotcha-GPT, Originality AI, Copyleaks, ZeroGPT, GPTZero, entre outros, servem para tentar identificar e sinalizar conteúdos gerados por IA.
Em contrapartida, também estão disponíveis no mercado ferramentas que fazem o contrário, ou seja, reescrevem textos de inteligência artificial para mascarar sinais de que o conteúdo não tenha sido feito por uma pessoa.
Usar ou não usar inteligência artificial?
Para Gerson Moreira, coordenador de conteúdo e didática digital do Colégio Azul e Branco, parte da polêmica do uso de IA na educação vem de uma falta de conhecimento sobre as ferramentas e do medo de suas possibilidades.
O educador recomenda que:
A inteligência artificial não seja tratada como um tabu;
o uso seja sempre descrito e creditado;
seja um uso limitado, para tarefas específicas;
escolas, professores e alunos trabalhem juntos para se familiarizarem com as ferramentas e definir limites éticos para seu uso naquele ambiente.
LEIA TAMBÉM:
O que os nudes falsos em Itararé ensinam sobre o aumento de casos de deepfakes pornográficos em escolas
O Assunto #1.082: Falsos nudes: a Inteligência Artificial em deepfakes

Enem 2025: edital é publicado e oficializa mudanças para o exame; confira

Enem 2025 voltará a valer como certificado de conclusão do ensino médio, diz ministro
Com exceção de três municípios, as provas serão aplicadas em 9 e 16 de novembro. As inscrições devem ser feitas de 26 de maio a 6 de junho pela Página do Participante, no site do Inep. Cadernos de questões do 2º dia de Enem 2024.
Lívia Ferreira/ g1 Piauí
O Ministério da Educação (MEC) publicou nesta sexta-feira (23) o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. O documento saiu em uma versão extra do Diário Oficial da União (DOU) e oficializa mudanças anunciadas na quinta-feira (22) pelo ministro Camilo Santana.
A edição de 2025 terá algumas novidades em relação aos exames anteriores:
Pré-inscrição automática: os estudantes regularmente matriculados no 3º ano do ensino médio estarão automaticamente pré-inscritos e só precisarão acessar a Página do Participante para confirmar as informações e selecionar a opção de línguas que quer em sua prova. Os estudantes de 1º e 2º ano e os candidatos que já concluíram o ensino médio ainda precisarão preencher a solicitação e inscrição.
Certificado de conclusão do ensino médio: o exame também poderá ser usado como certificado de conclusão do ensino médio para maiores de 18 anos, dependendo da nota do aluno. A prova havia deixado de ter essa função em 2017, quando ela foi transferida unicamente para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). (Leia sobre o Encceja mais abaixo nesta reportagem.)
Datas alternativa no Pará: na maior parte do país, as provas serão aplicadas em 9 e 16 de novembro. A exceção é para os municípios de Belém, Ananindeua e Marituba, onde as provas serão aplicadas em 30 de novembro e 7 de dezembro. Todos os candidatos devem se inscrever de 26 de maio a 6 de junho pelo site enem.inep.gov.br/participante/.
Atenção: os estudantes que obtiveram o direito à isenção desse valor (como os alunos da rede pública) também devem se inscrever. Caso contrário, não poderão prestar o Enem.
Quem não tem direito à isenção terá a inscrição confirmada mediante o pagamento de uma taxa de R$ 85, que deve ser quitado até 11 de junho.
Disciplinas e horários
O Enem 2025 será aplicado em dois domingos de novembro (menos em Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará).
1º domingo: 9 de novembro
O candidato deverá fazer:
45 questões de linguagens (40 de língua portuguesa e 5 de inglês ou espanhol);
45 questões de ciências humanas;
redação.
2º domingo: 16 de novembro
A prova trará:
45 questões de matemática;
45 questões de ciências da natureza.
Veja os horários de aplicação (no fuso de Brasília):
Abertura dos portões: 12h
Fechamento dos portões: 13h
Início das provas: 13h30
Término das provas no 1º dia: 19h
Término das provas no 2º dia: 18h30
Enem e Encceja para certificação do ensino médio
Entre 2009 e 2016, os candidatos com mais de 18 anos que não tinham terminado o ensino médio podiam se inscrever no Enem para que, dependendo da nota alcançada, conseguissem obter um certificado de conclusão dos estudos escolares. Isso possibilitava, por exemplo, que eles participassem de processos seletivos para vagas de emprego que exigiam o diploma.
Era preciso tirar, no mínimo, 450 pontos em cada prova (Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Matemática) e 500 pontos (de 1.000) na redação.
Ao divulgar a decisão, em 2016, o então ministro Mendonça Filho afirmou que "não dava mais para aplicar uma avaliação tão abrangente, que exigia mais do que o necessário, àqueles que têm objetivos distintos". Segundo ele, o Enem, ao avaliar conhecimentos mais aprofundados, estava "impondo um ônus para quem não pensava no ensino superior".
Ao tirar a possibilidade de "diplomação", havia também a intenção de elevar a média nacional dos candidatos do Enem — já que quem não tinha concluído a educação básica na idade certa passaria a ficar de fora.
E o Encceja?
O Encceja não deixará de existir, mesmo que o Enem sirva para conceder o diploma de ensino médio, diz o MEC.
Para os interessados no diploma de ensino fundamental pelo Encceja, é necessário ter, no mínimo, 15 anos completos na data de realização do exame. Para o ensino médio, a idade mínima é de 18 anos.
As quatro provas objetivas são aplicadas em um único dia, nos turnos matutino e vespertino. Cada uma tem 30 questões de múltipla escolha.
O participante deve atingir, no mínimo, 100 pontos EM CADA UMA das áreas de conhecimento do Encceja.
O método de correção é o TRI (Teoria de Resposta ao Item) – o mesmo do Enem. Ou seja: "chutar" as respostas e ter um desempenho incoerente pode diminuir a nota final.
É preciso também fazer uma redação, que vale de 0 a 10 – e a média necessária para aprovação é 5.
LEIA TAMBÉM: MEC proíbe educação à distância (EAD) em Direito e em outras 4 graduações
MEC proíbe educação à distância (EAD) em Direito e em outras 4 graduações

Harvard: Justiça dos EUA derruba proibição de governo Trump a alunos estrangeiros na universidade

Enem 2025 voltará a valer como certificado de conclusão do ensino médio, diz ministro
Decisão vem após universidade processar o governo dos EUA por proibição a ter estudantes de fora do país. Decisão afeta cerca de 6.800 alunos estrangeiros. Harvard e governo Trump vêm travando embates desde o início do ano. Governo Trump proíbe alunos estrangeiros na Universidade de Harvard
A Justiça dos EUA decidiu bloquear nesta sexta-feira (23) a decisão do governo de Donald Trump de proibir que a universidade Harvard, a mais prestigiosa do país, tenha estudantes estrangeiros.
Dessa forma, os estudantes estrangeiros que estudam ou querem estudar na instituição seguem autorizados a ter um visto de estudante nos Estados Unidos.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
O Tribunal Federal de Boston aceitou uma queixa apresentada pela direção de Harvard também nesta sexta.
O juiz responsável pelo caso, Allison Burroughs —nomeado para o cargo pelo ex-presidente Barack Obama— ordenou que a ordem do governo Trump seja paralisada. Ou seja: a medida fica sem efeitos legais a não ser que Washington recorra da decisão.
O governo dos EUA ainda não havia informado, até a última atualização desta reportagem, se vai recorrer.
Na queixa apresentada mais cedo, a universidade alegou que a medida provoca "efeitos devastadores" em cerca de 7.000 alunos da universidade que são estrangeiros e dependem do visto de estudante para residir nos EUA.
"Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard", disse, na queixa, a instituição de ensino, que tem 389 anos. "Com um golpe de caneta, o governo tentou apagar um quarto do corpo estudantil de Harvard, estudantes internacionais que contribuem significativamente para a universidade e nossa missão".
A proibição de alunos internacionais —que são 1 em cada 4 estudantes da universidade— foi anunciada na quinta (23) pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA como retaliação aos recentes enfrentamentos entre Trump e a direção de Harvard, que tem se negado a adotar exigências de Washington.
Nesta manhã, a universidade apresentou uma queixa ao Tribunal Federal de Boston em que chama a proibição de "violação flagrante" da Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos, além de outras leis federais do país.
Proibição
O Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) afirmou que a decisão de proibir estudantes estrangeiros foi tomada porque Harvard não entregou documentos solicitados sobre seus esses alunos.
Segundo o governo, os estrangeiros que já estudam na universidade devem se transferir para outras instituições de ensino — caso contrário, perderão o direito de permanecer legalmente nos Estados Unidos.
Em carta enviada à universidade, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, acusou a instituição de manter um “ambiente hostil para estudantes judeus, de promover simpatias ao Hamas e de adotar políticas racistas de diversidade, equidade e inclusão”.
Harvard reagiu e afirmou que a ação é ilegal e compromete sua missão de pesquisa.
O que acontece agora com os estudantes?
Manifestantes protestam contra ações do governo Trump que miram a Universidade de Harvard
REUTERS/Nicholas Pfosi
Estudantes que estão concluindo o curso neste semestre poderão se formar normalmente. A medida entra em vigor no ano letivo de 2025-2026. A turma de 2025 está prevista para se formar na próxima semana.
No entanto, quem ainda não terminou o curso terá que se transferir para outra universidade. Caso contrário, perderá o visto de estudante.
Já os alunos internacionais que foram aceitos para começar as aulas em setembro não poderão iniciar o curso, a não ser que a decisão do governo mude ou que a Justiça intervenha.
Noem disse que Harvard pode recuperar o status de instituição autorizada a receber estrangeiros se cumprir uma lista de exigências em até 72 horas. Entre os pedidos estão registros disciplinares de estudantes internacionais e gravações de protestos ocorridos no campus.
Segundo Noem, Harvard já havia se recusado a fornecer esses materiais. A universidade informou que está trabalhando para orientar os alunos afetados.
LEIA TAMBÉM
Trump exibiu imagem do Congo para fazer acusações falsas de 'genocídio branco' na África do Sul
Homem que matou funcionários da Embaixada de Israel nos EUA confessa crime e é indiciado por assassinato
VÍDEO: farinha começa a chegar, e padarias em Gaza reabrem para produzir pão para palestinos
O governo tem poder para isso?
Presidente dos EUA, Donald Trump, durante visita a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Brian Snyder/ Reuters
Sim. O DHS é o órgão responsável por autorizar quais instituições fazem parte do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio. É esse programa que permite que as universidades emitam documentos para que estrangeiros solicitem vistos de estudo.
Harvard, agora fora do programa, perde esse direito.
Isso já aconteceu antes?
O governo americano já removeu outras instituições do programa, mas sempre por motivos administrativos — como perder credenciamento, não ter estrutura adequada, ou deixar de funcionar como uma instituição educacional de fato.
Nunca houve remoção por razões políticas, segundo especialistas.
“Eu nunca vi uma revogação por qualquer motivo além dos administrativos previstos em lei”, disse Sarah Spreitzer, vice-presidente do Conselho Americano de Educação, que representa universidades no país. “Isso é sem precedentes.”
Conflito com o governo Trump
Montagem mostra o presidente Donald Trump e a universidade de Harvard
Chip Somodevilla/via REUTERS e Faith Ninivaggi/Reuters
Harvard está no centro de um embate com o governo Trump desde abril. Foi a primeira universidade de elite a se recusar a seguir as ordens da Casa Branca para limitar protestos pró-Palestina e acabar com políticas de diversidade e inclusão.
Desde então, agências federais — como o próprio DHS e os Institutos Nacionais de Saúde — suspenderam o repasse de verbas à universidade, afetando diretamente projetos de pesquisa conduzidos por professores.
A ameaça de retirar a permissão para receber estudantes estrangeiros já havia sido feita em abril. Trump também afirmou que Harvard deveria perder o status de isenção fiscal — algo que poderia comprometer a arrecadação de doações feitas por grandes financiadores da universidade.
VÍDEOS: mais assistidos do g1

Enem 2025 voltará a valer como certificado de conclusão do ensino médio, diz ministro

Enem 2025 voltará a valer como certificado de conclusão do ensino médio, diz ministro
Prova havia perdido essa função em 2017, por decisão do então ministro Mendonça Filho. Dependendo da nota no Enem, candidato maior de 18 anos que não se formou na idade correta pode conseguir o diploma escolar. Enem será aplicado em novembro, como nos últimos anos
Pexels
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta quinta-feira (22) que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 poderá ser usado como certificado de conclusão do ensino médio para maiores de 18 anos, dependendo da nota do aluno.
📖A prova havia deixado de ter essa função em 2017, por decisão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Desde então, adultos que não se formaram na idade correta passaram a buscar o diploma do ensino médio (e também do fundamental) por meio do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
Segundo o Ministério da Educação (MEC) já afirmou em outras ocasiões, mesmo com a retomada do Enem como forma de proporcionar um diploma escolar, o Encceja não deixará de existir.
➡️Clique aqui para ler REDAÇÕES NOTA MIL do Enem 2024.
Quando será o Enem 2025?
As inscrições ficarão abertas de 26 de maio a 6 de junho. Sem divulgar mais detalhes, Santana adiantou que alunos concluintes do ensino médio em escolas públicas terão uma "pré-inscrição" já feita pelo Inep.
As provas serão aplicadas em 9 e 16 de novembro.
✒️Como o Enem funcionava antes de 2017?
Entre 2009 e 2016, os candidatos com mais de 18 anos que não tinham terminado o ensino médio podiam se inscrever no Enem para que, dependendo da nota alcançada, conseguissem obter um certificado de conclusão dos estudos escolares. Isso possibilitava, por exemplo, que eles participassem de processos seletivos para vagas de emprego que exigiam o diploma.
Era preciso tirar, no mínimo, 450 pontos em cada prova (Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Matemática) e 500 pontos (de 1.000) na redação.
Vamos supor que João, de 21 anos, tivesse alcançado a nota pedida em todas as disciplinas no Enem 2014, menos em matemática. Ele poderia se inscrever novamente em 2015 e fazer apenas a prova que faltava. Aí, sim, pediria seu certificado de ensino médio.
Em 2016, última edição em que o Enem funcionou dessa forma, mais de 1 milhão de candidatos participaram do exame, na versão regular, pleiteando o diploma. Desses, 12,4% tiveram sucesso.
✒️Por que o Enem perdeu essa função no passado?
Ao divulgar a decisão, em 2016, o então ministro Mendonça Filho afirmou que "não dava mais para aplicar uma avaliação tão abrangente, que exigia mais do que o necessário, àqueles que têm objetivos distintos". Segundo ele, o Enem, ao avaliar conhecimentos mais aprofundados, estava "impondo um ônus para quem não pensava no ensino superior".
Ao tirar a possibilidade de "diplomação", havia também a intenção de elevar a média nacional dos candidatos do Enem — já que quem não tinha concluído a educação básica na idade certa passaria a ficar de fora.
✒️E o Encceja?
Como explicado no início da reportagem, o Encceja não deixará de existir, mesmo que o Enem sirva para conceder o diploma de ensino médio, diz o MEC.
Para os interessados no diploma de ensino fundamental pelo Encceja, é necessário ter, no mínimo, 15 anos completos na data de realização do exame. Para o ensino médio, a idade mínima é de 18 anos.
As quatro provas objetivas são aplicadas em um único dia, nos turnos matutino e vespertino. Cada uma tem 30 questões de múltipla escolha.
O participante deve atingir, no mínimo, 100 pontos EM CADA UMA das áreas de conhecimento do Encceja.
O método de correção é o TRI (Teoria de Resposta ao Item) – o mesmo do Enem. Ou seja: "chutar" as respostas e ter um desempenho incoerente pode diminuir a nota final.
É preciso também fazer uma redação, que vale de 0 a 10 – e a média necessária para aprovação é 5.
Redação do Enem ou 'cover' de Machado de Assis?
Disciplinas e horários
Como nos últimos anos, o Enem 2025 será aplicado em dois domingos. Se não houver, no edital, nenhuma alteração no formato da prova, a distribuição de disciplinas será a seguinte:
9 de novembro
O candidato deverá fazer:
45 questões de linguagens (40 de língua portuguesa e 5 de inglês ou espanhol);
45 questões de ciências humanas;
redação.
16 de novembro
A prova trará:
45 questões de matemática;
45 questões de ciências da natureza.
Veja os horários de aplicação (no fuso de Brasília), seguidos nos últimos anos:
Abertura dos portões: 12h
Fechamento dos portões: 13h
Início das provas: 13h30
Término das provas no 1º dia: 19h
Término das provas no 2º dia: 18h30
Números 1 no Enem, uma década depois
Para que serve o Enem?
As notas do Enem podem garantir vaga em instituições de ensino superior públicas ou privadas, tanto no Brasil quanto no exterior. Confira as formas de acesso:
Sisu: O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) seleciona estudantes para vagas em instituições públicas, com base na nota do Enem.
Prouni: O Programa Universidade para Todos (Prouni) é uma iniciativa do Ministério da Educação que oferece bolsas integrais e parciais em faculdades particulares. A aprovação também depende do resultado do Enem.
Fies: O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é um programa do governo federal que "empresta" dinheiro para os estudantes pagarem as mensalidades no ensino privado, com a contrapartida de os beneficiários quitarem o financiamento após a formatura. O crédito pode cobrir total ou parcialmente a mensalidade do curso. Para se inscrever, é preciso ter feito o Enem.
Instituições privadas: Algumas faculdades também oferecem vagas ou descontos nas mensalidades a partir da nota do Enem. Geralmente, o candidato não precisa prestar outro vestibular.
Universidades no exterior: O Ministério da Educação possui acordo com algumas instituições em países como Portugal, Inglaterra, França, Irlanda e Canadá, que aceitam o Enem no processo seletivo. Em alguns casos, a instituição pode exigir que o interessado passe pelo processo seletivo local. É preciso pesquisar diretamente no site das universidades.